Manaus tem a terceira passagem de ônibus mais cara entre as capitais do País – R$ 2,75. Mas o usuário do transporte coletivo sofre com um péssimo serviço: ônibus lotados e com falta de acesso às pessoas com deficiência, longa espera nas paradas e nos terminais, falta de abrigos. Uma lástima!
Já entrei com uma Ação na Justiça, juntamente com o deputado Praciano, contra essa passagem, porque considero injusta, desleal e acima da inflação. Aliás, dos R$ 2,75 da tarifa atual, R$ 0,05 deveriam ser investidos na melhoria do transporte coletivo, como contratação de fiscais, construção de terminais e paradas de ônibus, mas até hoje nada aconteceu!
Ainda tivemos uma lamentável surpresa, durante a Audiência Pública que promovemos na Assembleia Legislativa para discutir a situação do transporte coletivo: fui informado de que esses R$ 0,05 não estão indo para Prefeitura, porém, continuam sendo cobrados do povo nas catracas dos ônibus, ou seja, retiraram do povo quase R$ 8 milhões, ao longo dos últimos sete meses.
Estivemos, juntamente com o vereador Waldemir José, no Ministério Público solicitando investigação sobre o paradeiro desse dinheiro. Será que foram para os bolsos dos empresários? Também estamos defendendo que a passagem baixe para R$ 2,50, durante alguns meses, tempo para que esses R$ 8 milhões sejam devolvidos aos seus donos: os passageiros do transporte!
Para manter o preço da tarifa de ônibus, o Governo do Estado não cobra o impostos sobre o combustível dos ônibus. E, segundo a Sefaz, são R$ 105 milhões que o Estado deixou de arrecadar nos últimos quatro anos, dinheiro que daria para construir 18 escolas de tempo integral. Mas as empresas não estão cumprindo com a contrapartida prevista em contrato, que é a manutenção do valor da passagem de ônibus.
O problema do transporte coletivo é a falta de transparência, a péssima administração e a falta de fiscalização da Prefeitura. Enquanto isso, o povo paga tarifa cara e ainda tem R$ 0,05 retirados do seu bolso.
* Economista e Deputado Estadual pelo PT (Publicado em 18 de maio de 2012 no Jornal Dez Minutos).
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