O prefeito de Manaus anunciou, dias atrás, que mudou a empresa de abastecimento de água, retirando a Águas do Amazonas e colocando no lugar outra empresa, garantindo que agora o povo vai ter água e tratamento de esgoto. Mais uma enganação. Parece com a promessa dele de construir 1000 creches e colocar internet em carretas.
Nada mudou. A empresa é a mesma, mudou um sócio e irão mudar o nome, mas o endereço e as estruturas são as mesmas, os funcionários são os mesmos. É o mesmo CNPJ, ou seja, a mesma empresa com a qual foi assinado o contrato no ano 2000 e repactuado em 2007, e que não foi cumprido, visto que em dezembro de 2011 essa empresa deveria ter alcançado 98% da cidade na distribuição de água 24 horas por dia e 50% na coleta e tratamento de esgoto.
Mas, na prática, cerca de um terço da cidade (mais de 600 mil pessoas) não tem água regular e o esgoto não passa de 10%, continuando a contaminar os igarapés.
Mais uma vez o prefeito fez negócios na “surdina”. Não fez audiência pública, não discutiu com os vereadores e nem com a população que vai continuar pagando a conta, com a alta tarifa de água.
Essa história é parecida com o Proama, a construção da nova estação de tratamento de água, que desde o governo anterior já consumiu R$ 365 milhões e até agora não levou uma gota de água para as zonas Norte e Leste. O Proama nem está nesse contrato do prefeito. Ou seja, o prefeito e o governador não se entendem, gastam dinheiro público e o povo fica sem água.
Por isso, junto com o vereador Waldemir José, protocolei no Ministério Público pedido de investigação desse contrato. Também apoio a continuidade da CPI, na Câmara Municipal, para investigar o não cumprimento de contrato e agora essa enganação do atual prefeito. Já na Assembleia, solicitei a criação de uma comissão especial para fiscalizar a obra do Proama e do esgoto. Os deputados não podem ficar calados, enquanto o povo fica sem água, que, aliás, pergunta: cadê a água?
* Economista e deputado estadual pelo PT
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