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domingo, 25 de março de 2012

Queremos ver Jesus - Júlio Lázaro Torma*

Estamos no V Domingo da Quaresma,onde estamos nos aproximando da Grande Semana,da Grande Festa da Páscoa da Ressurreição do Senhor. Somos chamados a meditar,sobre a pessoa de Jesus Cristo.Quem é Jesus? e qual é a imagem que temos dele e fazemos dele?

O Evangelista João, conta que na véspera da Festa da Páscoa, quando Jesus entra triunfalmente em Jerusalém havia, alguns gregos, que haviam ido adorar o " Deus de Israel",durante a Festa.

E que se aproximaram de Felipe e pedem:"Senhor, queremos ver Jesus".Felipe o conduz a André. Então André e Felipe os conduzem ao Senhor.

Os gregos eram designados todos os estrangeiros á etnia israelita,muitos deles tinham adotados a religião judaica.

A comunidade joanina,como a comunidade de Mateus, vive o dilema de se abrir aos outros,sair de si (isolados por medo,da perseguição), e abraçar todos os povos e culturas.

Ser uma Igreja Missionária e que acolha o outro, sem fazer distinção de nacionalidade e cultura.

"Ver Jesus" é o anseio mais profundo do coração humano,mesmo sem o saber; Jesus, Deus manifesta-se aos que o procuram e lhes oferece a vida em plenitude.

"Queremos ver Jesus",pediram os gregos a Felipe e André,que já estavam com Jesus. Os dois apóstolos não frustram a busca daquelas pessoas, e levaram-nas a Jesus, que lhes manifestou a glória de Deus.

Como escrevia os Padres da Igreja São Justino,Clemente de Alexandria,de que em todas as culturas encontramos as " sementes do Verbo", que " ilumina todo o homem" (Jo 1,9).

O ser humano tem o desejo ardente de encontrar e ver Jesus, conhecer a sua mensagem de Amor. Ao olharmos Jesus vemos que Ele atrai todas as pessoas a si e a si mensagem de amor e libertação.

Como cristãos " discípulos e missionários",devemos mostrar Jesus, aqueles e aquelas que " querem ver Jesus",fazer a experiência pessoal e comunitária, com Ele.

Como um dia Ele nos atraiu-a si, fizemos está experiência pessoal e comunitária;não devemos nos fechar aos outros e nem " privatiza-lo", como sendo propriedade absolutamente nossa e cairmos no guetismo.

Ou do outro lado impôs nos outros a nossa fé,fazer proselitismo,forçar o outro abraçar a fé e condena-los,se não abraçar a nossa forma de fé.

Durante a sua vida pública e terrena,Jesus jamais forçou ninguém a segui-lo, mesmo os samaritanos que não o acolheu,ele não os destruiu como queria alguns discípulos (Lc 9,51-56).

Assim como Jesus não força ninguém a nada,mas atrai a si todos os homens e mulheres,sem distinção de classe social,ideologias partidárias,filosóficas,étnicas,culturas,nacionalidades e orientação sexual.

"A Igreja não faz proselitismo.Ela cresce muito mais por " atração";como Cristo " atrai todos a si" com a força do seu amor,que culminou no sacrifício da Cruz,assim a Igreja cumpre a sua missão á medida que associada a Cristo,cumpre a sua obra,conformando-se em Espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor"( Homilia de Bento XVI).

Como "discípulos e missionários",devemos acolher aqueles que querem como os outrora gregos,que " queriam ver Jesus',fazer a sua experiência de ouvir e praticar a sua Palavra que é Vida para todos.

Devemos em nossas comunidades estar abertos,acolher aqueles que são atraídos por Jesus que é "O Caminho,Verdade e a Vida". Que como nós que um dia fomos chamados, atraídos livremente a segui-lo, desejam segui-lo.

Como ele mesmo nos diz" Se alguém quer servir a Mim, que me siga". E nem devemos ter ciúmes do outro que chega,se será melhor do que eu na comunidade,para Cristo todos nós somos iguais.
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* Membro da Equipe da Pastoral Operária da Arquidiocese de Pelotas/ RS

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