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sábado, 24 de março de 2012

2.800 sindicalistas foram mortos na Colômbia nos últimos 27 anos

É trágica a situação do sindicalismo na Colômbia. Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizado a partir de uma pesquisa feita junto ao governo colombiano, às centrais sindicais e as empresas cobrindo os anos de 1984 a 2011 revela o tamanho da violência no país: 2.800 líderes sindicais foram assassinados, 216 desapareceram, 163 foram sequestrados e 83 torturados no país. E, pior, apenas 5% desses casos foram levados a julgamento.

Apenas em 2010, segundo a ONU, 30 sindicalistas colombianos foram mortos. O número é considerado o menor do levantamento, mas já foi questionado pela Escola Nacional Sindical da Colômbia que aponta o assassinato de 51 líderes sindicais – dos quais 29 professores. A Federação Colombiana de Educadores (FECODE) é uma das mais afetadas pela violência, seguida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Agropecuária (SINTRAINAGRO) e a União Sindical Obreira (USO).

Segundo Carlos Miguel Ortiz, coordenador do estudo do PNUD, em qualquer país, 30 ou 20 homicídios de sindicalistas em apenas um ano é um número considerado muito alto. Ele aponta que a partir de 2003, houve uma diminuição do número de assassinatos de sindicalistas no país, mas, em contrapartida, as ameaças e intimidações aumentaram.

Política criminal
O relatório sugere ao Estado colombiano propostas de uma efetiva política criminal e iniciativas de proteção dos sindicalistas e reparação individual ou coletiva ante as ameaças a que estão submetidos. As cidades que mais registraram assassinatos dos trabalhadores foram Medellín, Cali, Barranquilla e Montería.

A trágica situação dos trabalhadores da Colômbia, infelizmente, repete-se, ainda que em menor grau, em toda região da América Latina. No Brasil, por exemplo, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre janeiro e novembro do ano passado, foram registrados 23 assassinatos de trabalhadores e lideranças rurais.

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