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sábado, 22 de dezembro de 2012

Oposição: mais um ano de derrotas dentre muitos de fracassos


Chegamos praticamente ao fim de mais um ano, hora de balanço da ação da oposição. Se fizer sua própria avaliação com realismo, a oposição vai chegar a conclusões melancólicas. Vai reconhecer que viveu mais um ano de completo fracasso. Ela atravessou 2012 dividida e entra em 2013 rachada. Prosseguiu sua jornada errante e errática, sem rumo, metas, projetos ou programas para o país.

Ao invés de elaborá-los e defendê-los, preferiu continuar dividida entre os candidatos majoritários de sempre para o Brasil, os que apresenta desde o final do século passado, sem se renovar. Desde o final da década de 80, seja em São Paulo, seja nas eleições majoritárias nacionais (exceção duas em que elegeu FHC), apresenta sempre os mesmos candidatos: José Serra e Geraldo Alckmin.

Saiu com Serra para presidente em 2002 e em 2010, para prefeito de São Paulo em 2004 e governador do Estado em 2006; com Alckmin para governador em 2002, presidente da República em 2006 e prefeito da capital em 2008. Perdeu a grande maioria dessas eleições. O próprio Serra ganhou uma, mas perdeu outras três eleições como candidato a prefeito paulistano, inclusive a deste ano.

Tucanato perdeu as quatro últimas eleições nacionais

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) mais recentemente, a partir dos anos 90, tenta entrar nesse páreo. Tentou ser candidato a presidente em 2010, sem sucesso. Ficou sempre só sonhando e se inviabilizando. Resultado: o tucanato perdeu as quatro últimas eleições nacionais, as de 2002, 2006, 2010 e a deste ano, já que foi derrotado numa eleição que também pode ser considerada nacional, a de prefeito de São Paulo, maior e mais importante cidade do país.

A oposição, além de perder teve de se submeter a ditames de José Serra, da direita do PSDB, que impôs campanhas extremamente infelizes, com temas que nada tinham a ver com uma disputa eleitoral: teve um medo, pânico, em 2002 e 2006, de assumir a privataria que fez nos oito anos de FHC; depois veio com o aborto e a questão da religião em 2010; e ao final, com a questão de gênero, um kit gay que exploraram na campanha deste ano.

Não fez política no sentido exato da palavra. Ficou todo o tempo no denuncismo que lembrava a velha UDN. Ressuscitou o discurso moralista, do puritanismo udenista. Só faltou rondar os quartéis, prática em que a UDN foi mestra. Agora a oposição entra em 2013 com um candidato a presidente já lançado, Aécio Neves; com Alckmin que não fez nada no governo e sequer enfrentou os apagões que infernizam a população paulista - nos transportes, segurança pública, educação, saúde, etc - jogando tudo na própria reeleição; e com Serra como um grande mudo. Só falta Serra querer ser candidato de novo em 2014.

PSDB vê parceiros minguar

Mas isso ele ainda não abre, o que permite um certo fôlego ao senador Aécio Neves - lançado candidato ao Planalto pelo ex-presidente FHC - que nos dois primeiros anos no Senado, ainda não disse a que veio. O mais da oposição continuou o mesmo: o PPS com sua triste sina, história e trajetória de eterna linha auxiliar tucana e o DEM quase dizimado pelo PSD refundado pela terceira vez pelo prefeito Gilberto Kassab.

Resumo dessa ópera: não há como se fazer uma análise de 2012 e dos anos recentes sem registrar resultados muito ruins para a oposição. Realmente, Serra foi fragorosamente derrotado na disputa pela prefeitura paulistana mais uma vez este ano, o balanço do governo Alckmin é ruim, dos piores mesmo, e a atuação do senador Aécio apagada. Isso sem falar nas duas campanhas de direita de José Serra (para a presidência em 2010 e para a prefeitura de São Paulo neste 2012, e do denuncismo - só - com que a oposição pauta sua atuação.

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