Foto: Charles Guerra / Agencia RBS
Pesquisa aponta disparidades no acesso à escola
O resultado da amostra Educação e Deslocamento, divulgado nesta quarta, dia 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta disparidades no acesso à escola entre moradores das zonas urbana e rural. De acordo com a pesquisa, em 2010 21,7% dos jovens de 15 a 17 anos moradores de áreas rurais não frequentavam os bancos escolares. O índice cai para 15,6% entre os moradores das cidades da mesma faixa etária.
Entre seis e 14 anos, 2,9% das pessoas das cidades não frequentavam escola. O índice sobe para 5% na área rural.
A pesquisa mostra que as desigualdades regionais brasileiras se refletem no acesso à escola. Enquanto a média nacional de crianças e adolescentes de seis a 14 anos de idade fora da escola era 3,3% em 2010, na região Norte o índice era 6,1%. Na faixa etária de 15 a 17 anos de idade, as regiões Norte e Sul tinham 18,7% de evasão escolar, acima da média nacional de 16,7%.
A pesquisadora do IBGE Vandeli dos Santos Guerra aponta que a diferença também é grande de acordo com a situação de domicílio.
— Na Região Norte você tem a dificuldade das distâncias, principalmente em área rural.
Outro dado aponta que o nível de rendimento da família também tem influência na frequência escolar. Enquanto 5,2% das crianças e adolescentes de seis a 14 anos com rendimento familiar per capita de até um quarto de salário mínimo não frequentavam escola em 2010, a proporção cai para 1,6% nas famílias com rendimento acima de três salários mínimos. Na faixa de 15 a 17 anos a taxa é 21,1% no nível de rendimento mais baixo e cai para 6,4% no nível mais alto.
Quanto à rede de ensino, as escolas públicas atendem à maioria da população até o ensino médio e na pós-graduação, enquanto o ensino superior e cursos de especialização são feitos, em sua maioria, em instituições privadas. A rede pública de ensino atendia, em 2010, a 75,8% das matrículas em creches, 71,1% da pré-escola, 82,3% na alfabetização, 86,8% no ensino fundamental, 85,8% do ensino médio, 28,9% da graduação, 22,4% da especialização de nível superior, 52,7% do mestrado, 69,8% dos cursos de doutorado e 95,7% da alfabetização de jovens e adultos.
Analisando o rendimento, os dados apontam que a frequência em cursos superiores e de pós-graduação está concentrada nas faixas mais altas de ganhos mensais. Nas classes de alfabetização, 27,9% das crianças vinham de famílias que ganhavam até um quarto de salário mínimo per capita, enquanto 47,1% dos estudantes de doutorado tinham renda domiciliar per capita acima de cinco salários mínimos.
Fonte: Agência Brasil
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