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domingo, 23 de junho de 2013

Dez anos da Rede de Educação Cidadã foram celebrados em Sessão Especial na Assembleia Legislativa do Estado


A Rede de Educação Cidadã (Recid) foi homenageada nesta sexta-feira (21) pelos seus dez anos de atuação no Brasil e, em especial, no Estado do Amazonas. A Sessão Especial aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), tendo a autoria do deputado José Ricardo Wendling (PT)

A Rede de Educação Cidadã, antigo Talher, nasceu a partir do Programa Fome Zero, com o antigo Mesa, no Governo Lula, inspirada pelo então assessor especial da presidência da República, Frei Betto. Organizada nos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal, a Recid atua junto aos movimentos sociais e populares, do campo e da cidade, tendo como princípio o Projeto de Educação Popular, construindo rede de saberes e conhecimentos.

Para José Ricardo, essa Sessão Especial é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Recid ao longo desses dez anos. “Um trabalho simples, realizado por pessoas simples para a inclusão social, na luta pela garantia dos direitos humanos e da vida. Assim, a Rede de Educação Cidadã ajuda nessa caminhada, em busca de uma socie­dade mais justa e fraterna”, declarou ele, ressaltando que teve a honra de participar do início dessa atividade, quando ainda se chamava Talher. “O Brasil tem muitas rique­zas, mas ainda existem milhões de pessoas excluídas do direito de viver com dignidade”.

E completou: “infelizmente, a sociedade não é chamada para decidir as prioridades na aplicação dos recursos públicos. Poucos querem que a sociedade seja ouvida para definir os rumos do dinheiro público. E o reflexão disso são serviços ineficientes e práticas da corrupção”, disse, lembrando que a Controladoria Geral da União (CGU) revelou que uma parte signicativa de recursos, encaminhados aos municípios para investimentos na edu­cação e na saúde, foi desviada. “Por isso, a importância do trabalho da Recid, acredi­tando na construção coletiva para um outro mundo é possível e necessário”.

De acordo com a representante da Comissão Nacional da Recid, Francymar Júnior, a Rede ainda é bem pequena, uma menina na idade; mas de uma intensidade na sua atuação, na sua propriedade, na sua redefinição e no fazer história. “Nós temos princípios e diretrizes no compromisso de um projeto popular para o Brasil, onde meninos e meninas fazem parte, excluídos e excluídas, sempre pensando na cidadania plena para todos e todas. Assim, chamos todos para lutar contra as violações dos direitos humanos e para celebrar esses lindos dez anos de história”.

Nesses dez anos da Rede de Educação Cidadã, a secretária Nacional de Articulação Social, Vera Lúcia Barreto, relembrou importante frase do então presidente Lula, durante o lançamento do antigo Talher e Mesa: “o Brasil só será Nação de verdade se tiver desenvolvimento, distribuição de renda e educação de qualdiade. E vocês têm uma tarefa importantíssima, a de mobilizar e de fazer educação popular”. Para Vera, comemorar também é fazer memória e história, numa ação de Governo e de sociedade. “Parabéns a todos os colaboradores da Recid e aos companheiros que nos deixaram o legado de continuar um sonho e de permanecer na luta. Ainda temos muito a fazer, principalmente, para transformar a nossa experiência numa Política Nacional de Educação Popular”.

O coordenador do Serviço de Ação, Reflexão e Ação Social (Sares), Pe Guilherme Cardona, afirmou que é uma vergonha ainda existirem pessoas passando fome. “O Fome Zero dá o pão, mas também dá cidadania e consciência para o povo. E o Recid caminha proporcionando dignidade e cidadania, para ajudar quem está excluído a ter voz na sociedade. Esse é o compromisso de todos os atores sociais que têm responsabilidade pública e que buscam um bom proveito dos bens públicos. É o sonho de todos nós. Parabéns, Recid, por ajudar a dar dignidade à vida pública”, completou.

“Essa Sessão Especial dignifica o movimento social comprometido, mostrando que serve a toda a sociedade. Porque o Recid busca dar voz a todos nós e sempre será o nosso ponto de apoio. Parabéns”, declarou o coordenadora do Fórum Permanente de Afrodescendentes do Amazonas (Fopaam), Arlete Anchieta, enfatizando que o Amazonas é um dos poucos estados do País que ainda não implementou a Política Nacional do Negro, sob a justificativa de que não há técnicos locais capacitados para atuar na área. “Temos remanescentes dos quilombolas em, ao menos, 15 municípios do Amazonas. Isso é lamentável e não podemos desistir, lutando sempre pelos nossos direitos”.

O vereador Bibiano Garcia (PT) ressaltou que tudo o que está acontecendo no Brasil (mobilizações populares) tem também a contribuição da Recid, enquanto protagonista da história. “Porque o povo só grita quando alguma coisa os atinge, quando tem consciência do que está acontecendo ao seu redor”.

Como ponto alto do evento, foram entregues placas e certificados em reconhecimento ao trabalho desenvolvido por todos os coordenadores e colaboradores da Recid no Estado.


Sobre o Recid

Atuando a partir dos princípios da educação popular crítico-freireana, com a formação de pessoas, lideranças e entidades em temas econômicos, políticos e sociais, a Recid busca fazer desta iniciativa uma política pública séria e comprometida na construção de um País verdadeiramente democrático, justo e solidário. Na prática, os processos de formação acontecem em oficinas pedagógicas, encontros intermunicipais, encontros macros regionais e encontros nacionais, articulando lideranças de vários municípios para fortalecer a mobilização social.

No Amazonas, ao longo desses dez anos de história, a Rede de Educação já estive em mais da metade dos municípios, com trabalhos sistemáticos de mobilização e formação. Atualmente, além de Manaus, atua em outros 11 municípios (Iranduba, Careiro Castanho, Itacoatiara, Silves, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Maués, Boa Vista do Ramos, Barreirinha, Parintins, Nhamundá).

Participaram desta Sessão Especial, dentre outras entidades: Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social (Sares), Movimento Nacional de Luta, Fórum Amazonense de Reforma Urbana, Movimento Comunitário Vida e Esperança (MCVE), Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (Musas), Fórum Permanente de Afrodescendentes do Amazonas (Fopaam), Coordenação Amazônica da Religião de Matrizes Africanas e Ameríndias (Carma), Pastoral Operária, Comissão Pastoral da Terra, além das áreas missionárias e paróquias da cidade.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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