Por Rodrigo Durão Coelho - UOL
Os governos locais das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 ficaram abaixo da média em um índice que avaliou a transparência das informações disponibilizadas pelas administrações sobre investimentos e outras ações relacionadas com o evento.
O ranking, desenvolvido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, estabeleceu uma pontuação de zero a 100. As cidades melhores classificadas foram Porto Alegre (RS), com 48,87 pontos, e Belo Horizonte (MG), com 48,44 pontos. A de pior pontuação foi Cuiabá (MT), com 10,17 pontos.
O índice avalia se as prefeituras – ou o governo do Distrito Federal, em Brasília – disponibilizam à sociedade mecanismos de acesso à informação, como portais de internet, telefones e salas de transparência e participação. O ranking analisou também a qualidade do conteúdo disponível e se há mecanismos para a população participar das decisões, como ouvidorias e audiências públicas.
O quadro geral apresentado é ruim. Mesmo estando abaixo dos 50% dos pontos possíveis, o Ethos considerou a pontuação das capitais mineira e gaúcha como ‘média’. A terceira melhor colocada foi São Paulo, com apenas 18,36 pontos em 100 possíveis.
Os dados foram coletados após a entrada em vigor da Lei de Acesso a Informação (LAI), em maio. “Enviamos ofícios para as prefeituras com as perguntas. A LAI diz que as respostas devem ser emitidas em 20 dias, com tolerância de até um mês, mas apenas cinco delas responderam no prazo: Belo Horizonte, Curitiba (PR), Manaus (AM), Recife (PE) e São Paulo”, disse Felipe Saboya, coordenador do projeto.
“Três delas enviaram respostas fora do prazo: Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Rio de Janeiro. Quatro cidades não responderam: Brasília, Natal (RN), Fortaleza (CE) e Cuiabá.”
Procurada pela reportagem, a prefeitura de Cuiabá disse que as obras de mobilidade da Copa são de responsabilidade do governo estadual, e muitas informações podem ser encontradas no site da Secopa (Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo 2014).
O Ethos justifica a baixa pontuação dizendo que mesmo quando uma prefeitura não respondeu o pedido, os responsáveis pelo levantamento buscaram respostas dentro do sistema municipal, avaliando-as quando existiam. No caso de Cuiabá, especificamente, o instituto disse que mesmo as obras de mobilidade urbana não sendo da alçada municipal, a falta de informações para a população sobre onde ela poderia encontrar tais respostas levaram a cidade a não pontuar.
O instituto afirma que o índice será atualizado anualmente. A entidade disse que os prefeitos eleitos de todas as cidades-sede assinaram o documento Pacto Municipal pela Transparência, comprometendo-se a elevar a pontuação dos municípios no ranking. Confira abaixo o ranking completo do Instituto Ethos.
CIDADES-SEDE
|
ÍNDICE FINAL
|
NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA
|
Belo Horizonte
|
48,44
|
Média
|
Brasília
|
14,29
|
Muito baixa
|
Cuiabá
|
10,17
|
Muito baixa
|
Curitiba
|
15,24
|
Muito baixa
|
Fortaleza
|
13,94
|
Muito baixa
|
Manaus
|
13,01
|
Muito baixa
|
Natal
|
15,36
|
Muito baixa
|
Porto Alegre
|
48,87
|
Média
|
Recife
|
14,01
|
Muito baixa
|
Rio de Janeiro
|
14,98
|
Muito baixa
|
Salvador
|
14,46
|
Muito baixa
|
São Paulo
|
18,36
|
Muito baixa
|
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