A Cáritas Internacional e o Papa Francisco, lançaram no último dia 10 de Dezembro, dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nada mais oportuno do que a Campanha Mundial contra a Fome e a Miséria.
Nós seres humanos formamos uma grande família e moramos numa mesma casa comum que é o planeta terra. Onde nesta casa comum, moram 7 bilhões de habitantes, sendo que destes 842 milhões sofrem de fome no mundo.
Somos uma família desigual e desunida, como nos mostra o Relatório da Riqueza Global do Banco Credit Suisse (Suiça), sobre a riqueza produzida em todo o mundo no ano de 2013, que foi de US$ 214 trilhões.
Se está riqueza fosse partilhada para todos os 7 bilhões de seres humanos, cada um receberia em parcelas iguais US4 56.600. A divisão da riqueza chega a ser gritante,onde 10% mais ricos controlam 86% da riqueza mundial, no caso só 32 milhões de adultos possuem 41% da riqueza mundial.
No outro extremo temos dois terços de adultos da humanidade ou seja 3,2 bilhões que só conseguem dividir 3% da riqueza mundial.
O Brasil, mesmo com uma boa parcela saindo da linha da pobreza, somos o país mais injusto, desigual, doente e depredador, estamos no podium do Relatório da ONU, em 3º pior índice de desigualdade do mundo.
Segundo o IBGE, 57 milhões de pessoas vivem em estado de pobreza, sobrevivendo com meio salário minimo. Os 20% dos mais ricos detém 63,8% da renda nacional, 20% dos mais pobres acessam 2,5% de toda a riqueza produzida no país.
E das 51 milhões de famílias, somente 5 mil se apropriaram-se de 45% de toda a riqueza e renda nacional.
O mundo tem capacidade de produzir na agropecuária o que daria para alimentar em torno de 12 bilhões de pessoas, mais do que toda a população mundial.
A fome e a injustiça social é a maior violação dos direitos humanos, não basta afirmar que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos" (art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos). Mas cabe empenharmos, nos a fim de garantir condições reais para que a igualdade, a justiça e a equidade se estabeleçam.
A concentração da terra, água, alimentos e da tecnologia nas mãos de poucos que ficam cada vez mais ricos,a custa dos pobres que ficam cada vez mais pobres,aumentando a multidão de famintos e miseráveis.
O desperdicio e o apodrecimento dos alimentos em silos e depositos, esperando o aumento do valor no mercado mundial.O desperdicio de alimento caindo no transporte ou gasto em luxuosas festas poderiam alimentar a grande massa de famintos e miseráveis. O alimento concentrado e desperdiçado não nos pertence, mas pertence aos pobres e famintos que estão ao nosso lado e que não os conhecemos.
Faz se cada vez mais urgente a concretização e a realização de uma ampla e radical reforma agrária e agrícola, como o incentivo a agricultura familiar e camponesa, que promova de fato a desconcentração da riqueza e da terra.
Que dá uma vida digna para todos os seres humanos.
Só teremos de fato justiça, quando o alimento estiver em todas as mesas e em todos os lares desta família comum que é a humanidade, onde todos nós somos irmãos.
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* Membro do Colegiado Nacional da Pastoral Operária
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