O Movimento Comunitário Vida e Esperança (MCVE) foi homenageado na tarde desta terça-feira (2), em Sessão Especial na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), pelos seus 15 anos de atuação em Manaus. A autoria do evento comemorativo foi do deputado José Ricardo Wendling (PT).
O Movimento Comunitário Vida e Esperança é uma associação sem fins lucrativos que desenvolve diversos projetos sociais em vários bairros na Zona Norte de Manaus, mas com sede na Área Missionária Santa Helena, no bairro Novo Israel. Ao longo desses anos, já atendeu mais de 23,5 mil pessoas, envolvidas em cerca de 30 projetos diferentes, voltados sempre para famílias em situação de risco. Dentre as ações desenvolvidas com o apoio de parceiros, destacam-se: reforço escolar, teatro, dança, esporte, intercâmbio cultural, geração de renda, inclusão digital, incentivo à leitura, saúde, meio ambiente e acompanhamento familiar.
Para o deputado, essa justa homenagem justifica-se pelo importante trabalho realizado nesses 15 anos em prol do povo de Manaus. “Lutas que se estenderam a vários bairros da cidade, onde o povo sofre muito por falta de políticas públicas efetivas, como água, transporte, educação e saúde. A Assembleia está homenageando pessoas que se dedicam voluntariamente, com o apoio de parceiros, para melhorar a vida das pessoas. Precisamos fortalecer essas ações sociais que tanto a sociedade necessita. Parabéns”.
A coordenadora do MCVE, Joelma Lima, contou que participou da Sessão Especial com um misto de sentimentos de alegria e de tristeza. Porque o Movimento nasceu por causa de situações de injustiça, de pobreza e de direitos não respeitados. “Antes do MCVE, nossa Área Missionária convivia com crianças na rua, sem escola e oportunidades; com mulheres sem trabalho, sendo espancadas, morando com suas famílias em barracos, com falta de luz e de água. É dessa maneira que nasce o Movimento, por meio dos quais muitas pessoas mudaram de vida. Uma história de luta pelos direitos, por políticas públicas, por educação de qualidade e por um mundo mais justo. Sou orgulhosa de fazer parte desse movimento”, declarou.
“O MCVE caminhou durante esses 15 anos comprometendo-se em mudar a realidade, porque muitas pessoas acreditaram nesse trabalho”, afirmou o fundador do Movimento, Pe. Ricardo Zanquim. “São pessoas que moravam nos bairros e nos barracos e que fizeram essa caminhada, resgatando outras pessoas para a cidadania e para uma nova consciência, que coloca em primeiro lugar a pessoa, a sua história e a sua possibilidade de crescer e de encontrar um caminho com dignidade”.
De acordo com a subsecretária Municipal de Direitos Humanos, Ana Nascimento, esse trabalho do MCVE é de abnegados, de pessoas que gostam do que fazem. “A Secretaria tem uma nova metodologia de trabalho e de assistência social. Por isso, digo que podem nos procurar que terão o nosso total apoio para a expansão das suas atividades”, garantiu a subsecretária.
Falar no MCVE, na opinião da colaboradora Francy Júnior, é primeiro falar de lutas, de sonhos, de transformação e de esperança. “É falar também de Ricardo, de Dom Luiz, de Márcia. É falar de partilhas, de sentimentos e de amor. É ainda falar de teatro, de dança e de transformar o ser naquilo que somos. E, hoje, passaram-se 15 anos, é uma adolescente que está em transformação para ser uma grande mulher. Não podemos fugir da luta porque nascemos para ir à luta. Parabéns a todos e todas que fizeram ou fazem parte dessa história”.
Sobre o MCVE
Em 1998, o Movimento foi fundado juridicamente com seu símbolo inspirado no desenho da Campanha da Fraternidade que falava sobre o tema “Fraternidade e Educação”, tendo como finalidade principal: incentivar os moradores das áreas missionárias Santa Mônica, Santa Helena e bairros vizinhos a tomarem iniciativas e criarem atitudes que promovam e defendam a cidadania e a dignidade de todos, dando, porém prioridade aos excluídos, marginalizados e economicamente carentes, sobretudo jovens, com atividades de educação integral e formação para o trabalho.
O MCVE conta com as seguintes bandeiras de luta: educação de qualidade para todos e todas; enfrentamento à violência contra mulheres e crianças; voto ético e consciente; cuidado e respeito com o meio ambiente; e igualdade de direitos. “O MCVE continua, hoje, como Jesus Cristo, a gritar contra as situações que matam a vida, apontando para caminhos mais justos e igualitários, acreditando e mostrando com praticidade, que um mundo melhor é possível, com vida e esperança para todos”.
Participaram dessa Sessão Especial, dentre outros órgãos e entidades: Centro Missionário Diocesano de Treviso, Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Pastoral da Criança, Pastoral do Menor, Pastoral de DST/Aids, Grupo Missionário Gruppone, Área Missionária Santa Helena, além dos voluntários e dos educadores populares do MCVE.
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