O Instituto Mamirauá montou os protocolos para gestão de recursos turísticos, manejo florestal comunitário, de pesca e de peixes ornamentais, durante a ExpoT&C, mostra paralela à 65ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu na semana passada, em Recife. "Os protocolos são resultados de pesquisas científicas que se transformaram em experimentos, que são implementados pelos Programas de Manejo de Recursos Naturais do Instituto Mamirauá”, conta a pesquisadora Danielle Pedrociane. “O objetivo é promover a conservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas residentes, por meio do manejo participativo."
Ao longo dos últimos anos, os protocolos têm sido elaborados para documentar e implementar sistemas de manejo de recursos naturais em outras áreas, tanto do Brasil como do exterior. Um dos resultados da consolidação do manejo de recursos naturais é a renda gerada para as comunidades, como R$ 600 mil para os manejadores florestais, entre 2001 e 2012; e mais de R$ 1,5 milhão de renda gerada para os comunitários que trabalham com a Pousada Uacari, entre 1998 e 2012. Já a pesca manejada de pirarucu rendeu mais de R$ 8 milhões para os pescadores, entre 1999 e 2012. Outro resultado é o aumento do estoque natural de pirarucus em mais de 447%, ao longo dos últimos 12 anos, nas áreas manejadas das reservas Mamirauá e Amanã.
Vídeo - Além dos protocolos de manejo, o Instituto Mamirauá vai reproduzir o vídeo Líderes da Conservação, resultado da campanha de mesmo nome, que teve por objetivo registrar o que pensam os protagonistas e beneficiários da conservação dos recursos naturais, decorrentes das ações do Instituto Mamirauá. Será apresentado, ainda, o aplicativo para tablet “Vida na Várzea”.
Emílio Goeldi comemora 20 anos da Estação Científica Ferreira Penna
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCTI) estará presente na mostra ExpoT&C, com exposição sobre os 20 anos da Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). Estabelecida na Floresta Nacional (Flona) de Caxiuanã, no Arquipélago do Marajó, a ECFPn se beneficia cientificamente da riqueza e da diversidade de flora e fauna local. A área conta com uma amostragem representativa dos principais ecossistemas amazônicos, entre eles a várzea, a terra firme e o igapó.
A exposição destaca uma parcela do que se conseguiu pesquisar em duas décadas de existência da estação, incluindo a identificação de novas espécies. Para além das ciências naturais, a mostra apresenta ações de interação entre o Museu Goeldi e as populações que habitam o interior e o entorno da Flona, por meio de atividades de educação, saúde, ecoturismo, agricultura familiar, agroindústria e cooperativismo, promovidas pelo Programa Floresta Modelo de Caxiuanã.
Além da exposição, a coordenadora da estação científica, Graça Ferraz, pesquisadora do museu, ministrará palestras e fará o lançamento de dois livros. Caxiuanã: História Natural e Ecologia de uma Floresta Nacional da Amazônia reúne informações e resultados de pesquisas desenvolvidas ao longo de 17 anos por zoólogos, botânicos, ecólogos e outros profissionais. Floresta Nacional de Caxiuanã: Patrimônio Biológico e Cultural da Amazônia, destinado a professores e moradores da Flona, mostra a diversidade social e biológica da unidade de conservação paraense.