Há trinta e cinco anos era assassinado pela ditadura cívil militar o trabalhador metalúrgico e membro da Pastoral Operária Santo Dias da Silva em frente da fábrica Sylvania em Santo Amaro ( SP).
Santo foi assassinado enquanto numa greve de sua categoria reivindicava melhores salários. Greve está que se tornou estopim para as grandes greves de metalúrgicos no ABC paulista e de outras categorias que colocaram em cheque a ditadura militar.
Passados trinta e cinco anos do martírio de Santo Dias da Silva, a sua memória nos impulsiona a lutarmos por uma vida melhor e pela radicalização da democracia. Temos liberdade de manifestação, de votar e ser votados para o executivo e legislativo, direito de greve, garantido na Constituição Federal ( art 5), os diretos a sermos cidadãos.
Tais direitos são frutos da luta de milhares de trabalhadores, de gente que foi perseguida, presa, torturada, assassinada e exilada. Principalmente dos desaparecidos nos porões da ditadura ou assassinada como o operário, militante da pastoral operária e ministro da Eucaristia Santo Dias da Silva.
Lembrar a sua memória é como falava Jesus na última ceia;" fazei em minha memória" ( Lc 22,19). Fazer em memória é continuar a luta,comungar o ideal daqueles que tombaram e em defesa dos mais pobres e excluídos de nossa sociedade.
E não esquecer do que se temos diretos foi graças a luta destes mártires e lutarmos para que todos nós tenhamos o " direto absoluto a termos o direito de ter direitos"( Georg Wilhelm Hegel).
É denunciarmos a existência em nosso meio de mecanismos ditatoriais na sociedade brasileira e a responsabilidade daqueles que fizeram parte dos órgãos repressivos e que estão agindo impunemente e de ditadores.
É a luta das Pastorais da Juventude contra o extermínio da juventude pobre pela polícia, milicias e narcotráfico nas periferias. Da denúncia da CPT que apresenta o seu relatório anual de assassinatos no campo de lutadores e lutadoras sociais. Do CIMI que denúncia o extermínio dos povos indígenas.
Contra a criminalização dos movimentos sociais populares e da pobreza pela grande mídia.
A prisão preventiva e o uso da Lei de Segurança Nacional para reprimir e prender manifestantes, principalmente " lideranças" durante a Copa do Mundo.
O direto de greve e de participação popular que vem sendo atacado pelo legislativo a mando do capital nacional e internacional. Pela desmilitarização das policias militares criadas para reprimir de forma violenta a população.
Que possamos lutar para que todos tenham o direto a Terra, Trabalho, Teto e Pão para que possamos ter uma vida digna e trabalho digno que não haja mais acidentes, doenças e morte por causa do trabalho.
É a memória de Santo Dias e de tantos outros mártires que nos impulsiona a lutarmos e construirmos uma sociedade democrática, mais justa a onde " todos tenham vida em plenitude" ( Jo 10,10), que é causa da luta dos mártires, dos santos, o desejo de Jesus Mártir dos mártires e que deve ser o nosso desejo.
Nas lutas do povo, Santo Dias presente! Santo Dias, a luta vai continuar!!!
( Nota; o assassinato de Santo Dias da Silva, foi dia 30 de outubro de 1979).
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* Membro do Colegiado da Pastoral Operária Nacional
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