Não pode! A Dilma não pode nomear a Cátia Abreu Ministra da Agricultura. Seria a maior agressão aos movimentos sociais! O conflito agrário institucionalizado.
O Agronegócio não é agricultura. É “des”-envolvimento agrário. Um conjunto de técnicas, instrumentos e produtos tóxicos, criados a partir de laboratórios urbanos e impostos à terra para fazer dinheiro e sustentar um Estado sem responsabilidade com o futuro da humanidade. Uma confusão ou um equívoco propositado que o governo colonial português inaugurou com as sesmarias e seus donatários. Homens que manejam a partir de fora e “des”-envolvem o homem da terra, transformando-o em mero “produtor rural”, pessoa dominada, à distancia, por uma elite urbana. O agronegócio transforma tudo, a mãe-terra e até as pessoas em produto, em mercadoria.
Ao longo de toda a história humana, o agricultor foi e é a pessoa que cultiva a terra com autonomia, dela vive e nela faz ciência, cultura. Não podemos confundir agronegócio com o que praticaram os povos indígenas nas Américas, nem com a ciência dos pequenos agricultores tradicionais do mundo inteiro e nem com a agricultura familiar voltada para a policultura e o bem-viver da família e da comunidade.
Se a Dilma quer cumprir o seu dever com o povo brasileiro, faça a Reforma Agrária e para faze-la, nomeie Ministro da Agricultura quem de fato tem condições e queira fazê-la, como, por exemplo o João Pedro Stedile. E o apoio que os governos normalmente tem dado nos últimos anos aos agronegociantes sejam encaminhados para a Reforma Agrária e para apoiar a agricultura familiar, pois é ela que coloca comida saudável na mesa dos brasileiros.
* Egydio Schwade é Filósofo e Teólogo.
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