Apesar da longa tradição de papas europeus, o trono de Roma já foi ocupado por religiosos de origem africana. Três vezes apenas — e todas até ao século 5°.
A Igreja Católica teve três papas com origens no Norte de África: Vítor I (189-198), Melquíades (311-314) e Gelásio I (492-496).
Em comum, Vitor, Melquíades e Gelásio tinham a origem no norte de África, em localidades que integraram o império romano. E os três acabaram depois por ser considerados santos.
A pesquisadora da história do catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, a vaticanista Mirticeli Medeiros recorda que, ao referir-se a essa época, tecnicamente não se fala em "papado", mas sim em "bispos de Roma". "O título de papa era dado, inclusive, a bispos de outras igrejas".
Contudo, quando a igreja sediada em Roma assumiu o papel de Santa Sé, sede universal do catolicismo, todos aqueles que haviam ocupado o cargo historicamente foram reconhecidos como papas na linha cronológica da história da Igreja.
Vale ressaltar que, nos primeiros séculos da chamada era cristã, o próprio papel do bispo de Roma como papa era algo questionável. E esses três religiosos tiveram a sua dose de influência para que o cargo se tornasse reconhecido como acima dos demais bispos católicos: o primeiro oficializou o latim, língua de Roma; o segundo viveu o processo de legalização do cristianismo pelo império; o terceiro afirmou a primazia do bispado romano sobre os demais.
Fonte: BBC Brasil
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