Pois bem, três anos depois da queda da ditadura Mubarack, pouco mais de meio ano após a deposição de Morsi pelas forças militares, a perseguição dos seus correligionários e dos demais membros da Irmandade Mulçumana escandaliza a comunidade internacional. Mais uma leva de condenados à morte foi anunciada nesta semana, cerca de 680 pessoas, entre elas Mohamed Badie, líder da Irmandade Muçulmana.
A acusação é de que eles participaram de atos violentos durante as manifestações de Minya, em agosto do ano passado. Curiosamente, no mesmo dia, 700 pessoas fiéis a Morsi morriam no Cairo em manifestações. A primeira leva dessas condenações saiu no mês passado e atingiu 529 pessoas. O Tribunal de Minya deu a sentença agora: 37 delas serão mortas e 492 cumprirão prisão perpétua. Quem vai bater o martelo final sobre todas essas sentenças – as de março e as de agora – é o grande Mufti, a autoridade religiosa mais elevada do Egito.
Vejam, até o Movimento 6 de Abril, o principal grupo de jovens que lideraram a revolta contra a ditadura de Mubarak em 2011 – no bolo da Primavera Árabe que varreu várias países da região e alguns poucos da África -, também foram condenados: o movimento foi proibido de existir porque vem promovendo críticas às forças militares no país.
Além dessas condenações, cerca de 1.400 manifestantes foram mortos e mais 15 mil pessoas ligadas a Morsi ou à Irmandade Muçulmana encontram-se atrás das grades.
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