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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O conservadorismo nervoso - Armando Clovis*

Não que seja novidade, mas em 2012, as forças de direita, contando com o aparato midiático conservador, fizeram de tudo para acabar o mundo do PT, do ex-presidente Lula, do Governo Dilma e, consequentemente, do povo brasileiro. As iniciativas foram várias: pressão do Lula sobre Juízes do STF, o julgamento do “maior escândalo de corrupção” já ocorrido no país, arranjou-se uma amante para ex-presidente, requereu-se a prisão de ex-dirigentes do PT, “pibinho” decepcionante, apagão no setor elétrico e “criatividade” nas contas públicas, só para citar algumas. Todo esforço parece que foi em vão, o povão não deu a mínima e os indicadores da economia brasileira do ano passado jogam uma ducha de água fria nas pretensões oposicionistas, que já começam dar sinais de nervosismo.

Estudo desenvolvido pelo IPEA, no ano que passou, com o intuito de investigar o grau de satisfação das famílias brasileiras para com suas vidas, revelou que havia, naquele momento, um alto grau de satisfação, sendo a renda o principal motivo deste sentimento. O que ajuda a explica os índices de aprovações recordes do Governo Federal que, segundo as pesquisas, dariam chances de a Presidenta Dilma se reeleger no primeiro turno, em 2014.

Quem acompanhou os noticiários, dos grandes jornais, no final do ano passado, acreditava que o Brasil estava à beira de um colapso energético. A “uruburóloga” Miriam Porcão noticiava: “o apagão não está descartado”, entre outras baboseiras. Na verdade, o que estava por trás desse jogo era neutralizar os bônus da política de redução do preço da energia, promovida pelo Governo Federal que, aliás, os governos tucanos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná não aderiram, mas, mesmo assim, a Presidenta a manteve, para o bem e felicidade de milhões de brasileiros. E hoje ficou mais claro: apagão era conversa pra boi dormir, como dizia meu velho pai.

Até o “respeitado” jornal britânico, de direita, foi acionado, para socorrer o conservadorismo, pedindo a demissão do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em razão dos “rumos” da economia brasileira. No entanto, a divulgação de alguns indicadores econômicos, do ano que passou, começa a desmontar o cenário catastrofista, anunciado pelas aves de mau agouro. A taxa de juros nominal, em torno de 7,25%, é a menor desde a criação da Selic, em 1986, o que abre espaço para retomada do crescimento; em novembro de 2012, comparado com o mesmo mês de 2011, o comércio varejista cresceu, tanto em vendas, como em receitas, 8,4% e 13,7%, respectivamente; terminamos o ano com uma projeção, feita pela FIPE/Catho, de desemprego de 4,4%, a ser confirmada pelo IBGE e, muito mais importante, paira um sentimento de otimismo para 2013, por parte dos agentes econômicos, apesar da crise internacional.

E para deixar nossa elite conservadora com os nervos à flor da pele, o ex-presidente Lula voltou de férias e anunciou que, a partir de fevereiro, começará a percorrer o país, retomando as “Caravanas da Cidadania”. O grau de nervosismo se refletirá nos ataques contra o PT, Lula e Dilma, através da imprensa golpista. Mas um termômetro melhor para avaliar este sentimento raivoso do conservadorismo brasileiro, será acompanhar a escala de demanda do medicamento Zovirax no bairro de Higienópolis, bairro dos ricos em São Paulo, que certamente será crescente, tamanho estresse que essa gente vai passa.

*O autor é economista e militante do PT.

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