Por Frederico A. Passos - fred_passos@yahoo.com.br
A família do jovem que em vida se chamou fulano de tal vem a público pedir, humildemente, desculpas à família do doutor Eique Baptista pelos transtornos causados ao seu filho, Mike Thor.
O senhor deve saber, senhor Eique, que nossos jovens gostam muito de aventuras, por vezes desrespeitandonossas leis, achando que o mundo é governado por eles.É a isso que muitos chamam de “arroubos da juventude”.Já nós, pessoas mais velhas e experientes, achamos que eles são malcriados, rebeldes e malouvidos.
No dia do acidente, senhor Eique, nosso filho saiu de casa às pressas, montado em sua bicicleta. Alguém da família disse-lhe para não correr, mas o garoto não ouviu. O fato é que só soubemos mais tarde que o menino, depois de dirigir a bicicleta em velocidade não permitida naquele trecho da rodovia, se chocou violentamente com o carro de seu filho que, segundo alguns, estavaavaliado em mais de R$ 2 milhões.
Sabemos que o doutor contratou um ex-ministro para defender seu filho, mas não queremos ser processados, pois não temos dinheiro pra contratar advogados. Estamos tentando conseguir uma senha para falar com um defensor público e, assim, quem sabe, nos defender das inúmeras acusações que, com certeza,irão nos imputar, a nós, os pais, e ao nosso garoto.
Gostaríamos de dizer, senhor Eique, que não temos condições financeiras de arcar com nenhum prejuízo. Nossa renda familiar não dá, sequer, pra comprar um dos parafusos da roda do automóvel que seu filho dirigia. Já nos disseram que só o capô e o para-brisa do carro, danificados nesse famigerado acidente, custam os olhos da cara. Talvez o senhor não entenda o significado da expressão “olhos da cara”, mas acreditamos que é dinheiro pra chuchu. Desculpe o palavreado, por vezes, de boteco e antigo.
Por favor, senhor Eique, tenha compaixão de nossa família. Já prometemos ao delegado do caso que nenhum de nossos parentes pilotará novamente uma bicicleta. Nem pra ir à padaria. Estamos traumatizados. Se nosso garoto tivesse sobrevivido, todos lhe dariam uma surra. Também proibimos nossos parentes de presentear qualquer de nossos netos com velocípedes. É aí, nessa tenra idade, que se inicia o desejo desenfreado pela velocidade.
Queremos deixar bem claro, senhor Eique, que nossa família é terminantemente contra que estranhos danifiquem o brinquedo de qualquer criança!Ainda mais esses brinquedos importados, que são muito caros e difíceis de consertar!
Esperamos contar com sua compreensão e que aceite nossos pedidos de desculpas. Sabemos que o brinquedo de seu filho estava no seguro. Por isso, torcemos para que, em breve, possamos vê-lo feliz, brincando saudavelmente pelas estradas de nosso país! Obrigado.
Família do fulano de tal
O senhor deve saber, senhor Eique, que nossos jovens gostam muito de aventuras, por vezes desrespeitandonossas leis, achando que o mundo é governado por eles.É a isso que muitos chamam de “arroubos da juventude”.Já nós, pessoas mais velhas e experientes, achamos que eles são malcriados, rebeldes e malouvidos.
No dia do acidente, senhor Eique, nosso filho saiu de casa às pressas, montado em sua bicicleta. Alguém da família disse-lhe para não correr, mas o garoto não ouviu. O fato é que só soubemos mais tarde que o menino, depois de dirigir a bicicleta em velocidade não permitida naquele trecho da rodovia, se chocou violentamente com o carro de seu filho que, segundo alguns, estavaavaliado em mais de R$ 2 milhões.
Sabemos que o doutor contratou um ex-ministro para defender seu filho, mas não queremos ser processados, pois não temos dinheiro pra contratar advogados. Estamos tentando conseguir uma senha para falar com um defensor público e, assim, quem sabe, nos defender das inúmeras acusações que, com certeza,irão nos imputar, a nós, os pais, e ao nosso garoto.
Gostaríamos de dizer, senhor Eique, que não temos condições financeiras de arcar com nenhum prejuízo. Nossa renda familiar não dá, sequer, pra comprar um dos parafusos da roda do automóvel que seu filho dirigia. Já nos disseram que só o capô e o para-brisa do carro, danificados nesse famigerado acidente, custam os olhos da cara. Talvez o senhor não entenda o significado da expressão “olhos da cara”, mas acreditamos que é dinheiro pra chuchu. Desculpe o palavreado, por vezes, de boteco e antigo.
Por favor, senhor Eique, tenha compaixão de nossa família. Já prometemos ao delegado do caso que nenhum de nossos parentes pilotará novamente uma bicicleta. Nem pra ir à padaria. Estamos traumatizados. Se nosso garoto tivesse sobrevivido, todos lhe dariam uma surra. Também proibimos nossos parentes de presentear qualquer de nossos netos com velocípedes. É aí, nessa tenra idade, que se inicia o desejo desenfreado pela velocidade.
Queremos deixar bem claro, senhor Eique, que nossa família é terminantemente contra que estranhos danifiquem o brinquedo de qualquer criança!Ainda mais esses brinquedos importados, que são muito caros e difíceis de consertar!
Esperamos contar com sua compreensão e que aceite nossos pedidos de desculpas. Sabemos que o brinquedo de seu filho estava no seguro. Por isso, torcemos para que, em breve, possamos vê-lo feliz, brincando saudavelmente pelas estradas de nosso país! Obrigado.
Família do fulano de tal
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