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sábado, 30 de julho de 2016

Comando manda prender bombeira após fotos sensuais.

Foto: Reprodução / Facebook

A bombeira Lilian Vilas Boas, de Curitiba, foi punida com oito dias de prisão por ter feito um ensaio fotográfico com parte dos seios à mostra.

A determinação dos superiores — ainda não cumprida porque Lilian recorre na Justiça Militar — foi dada porque ela teria violado regulamentos do Exército e da Polícia Militar (PM) do Paraná.

As imagens foram feitas em abril para o Projeto Velvet, que, segundo o idealizador, busca a valorização feminina. “A ideia é fortalecer a beleza natural da mulher e a liberdade de poder se mostrar”, diz o fotógrafo Arnaldo Belotto.

Poucos dias após o ensaio ser publicado, as fotos circularam pelo WhatsApp e chegaram a um grupo de agentes de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio. Lá o material foi visto por policiais que levaram o caso à corporação. Belotto diz ter sido chamado duas vezes a depor. “Questionaram como tinha acontecido, se ela tinha pago, se sabia que as fotos iam pro ar. Acabamos expondo inclusive essa hipocrisia na questão dos mamilos: bombeiros homens tiram fotos sem camisa e não são punidos”, diz Belotto.

O fotógrafo conta que outra participante, da Polícia Civil do Paraná, também fez um ensaio para o site, e pediu a retirada das fotos dias depois com medo da repercussão.

A nota de punição da bombeira, que tem 32 anos de idade e quase três na corporação, foi assinada pela tenente Gisele Machado. De acordo com a comandante do subgrupamento onde a soldado está lotada, Lilian infringiu artigos do Regulamento de Ética da Polícia Militar, o Regime Disciplinar do Exército e o Código da PM. Segundo a punição, ela transgrediu incisos do regulamento da PM que falam em “nunca denegrir ou desgastar sua imagem”, “proceder sempre de maneira ilibada na vida pública e particular” e “evitar publicidade visando a própria promoção pessoal”.

Segundo a tenente Gisele Machado, embora as imagens não façam qualquer alusão à Corporação, a militar teria cometido uma transgressão considerada média. “No nosso regulamento, vai de transgressão leve a grave, chegando a exclusão”, diz.

Procurados, a PM e o Corpo de Bombeiros informaram que “farão a reavaliação [do caso] sob todas as óticas”, caso o recurso de Lilian chegue ao comando, que não pode “emitir juízo de valor prévio” antes disso. A prisão foi ordenada pelo 7° Grupamento de Bombeiros, que abrange 30 bairros da região norte de Curitiba e 13 municípios da região metropolitana.

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