O ranking é insuspeito: foi feito pelo Banco de Compensações Internacionais – BIS na sigla em inglês (o banco central mundial dos bancos centrais, com sede em Basileia, Suíça). Os bancos brasileiros estão em 1º lugar entre os mais ineficientes do mundo e em 3º lugar entre os mais lucrativos. Também, pudera, com os juros, spreads e taxas que cobram por aqui, difícil serem batidos em outras partes do planeta em matéria de lucro…
Neste relatório do BC dos BCs mundiais, os bancos brasileiros aparecem não só no topo das instituições financeiras mais ineficientes, como entre aquelas que tem o maior custo operacional do mundo. Já em lucro, apesar dos juros, spreads e taxas escorchantes de que falamos, ficam em 3º lugar na escala mundial, são batidos pelos seus congeneres da Rússia e da China.
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No relatório, o BIS alinha como ineficiência o elevado custo administrativo (processos, instalações, tecnologia) e de pessoal e a quantidade relativamente baixa de negócios e de ativos (financiamentos, caixa, títulos) gerados. “Os bancos brasileiros não são tão eficientes e não têm escala adequada para diluir o peso dos custos fixos. Falta compartilhar caixas eletrônicos, serviços comuns de transporte de dinheiro, tecnologia etc.”, afirma Erivelto Martins, especialista da Austin Ratings ouvido pela Folha de S.Paulo – aliás, um dos poucos jornais a dar a notícia.
Em termos de ineficiência, os bancos brasileiros estão acompanhados pelos dos EUA, Rússia e Índia (nessa ordem), países que, como o Brasil – e de acordo com o relatório do BIS -, se esforçam para elevar os negócios sem ter de realizar mais gastos. Já para o fato de os bancos brasileiros estarem em 3º lugar em lucros e mesmo assim, tê-los altos, adivinhem as razões?
O principal motivo, diz o BIS, é o ganho com os spreads, a diferença entre os juros que o banco paga ao investidor e o quanto cobra para emprestar a outro cliente.
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