Pelo visto, nem milagre – “de santo”, não nos referimos aquele “milagre econômico” da ditadura no início dos anos 70 – reverte a tendência pessimista da oposição e da mídia que permeia todo o nosso noticiário econômico hoje. A inflação está sob controle, vários outros indicadores econômicos estão dentro do previsto e das metas, os de emprego, conforme a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE ontem mostra o mercado de trabalho mais favorável este ano com perspectiva de melhora no próximo, mas nada disso muda o ceticismo.
O noticiário continua centrado na deterioração das expectativas e da confiança do mercado, na falta de confiança do empresariado junto com a falta de esperança da população. Para completar veio essa pesquisa do Pew Research Center norte-americano afirmando que a percepção dos brasileiros em relação à situação do país e ao estado da economia se deteriorou acentuadamente em um ano, o que era tudo o que oposição e mídia queriam para alimentar seus discurso da desesperança e do pessimismo.
Por aí a Folha de S.Paulo encorajou-se a trazer mais uma daquelas reportagens com offs (declarações não assumidas) atribuídos ao ex-presidente Lula para quem, segundo o jornal, o péssimo humor dos empresários afetou o fraco PIB do 1º trimestre deste ano. O jornal já escorou várias “análises” negativas em offs atribuídos ao ex-presidente Lula que ele, ou desmentiu ou nunca assumiu. Para coroar, um dos colunistas econômicos do jornal, que escreve às 4ªs feiras, Alexandre Shwartsman, tradicional porta-voz dos mercados, fala hoje em “pibículo” em sua coluna.
Desprezam pesquisa que indica melhora no emprego neste ano
Para não ficar atrás, o Estadão em seu principal editorial de hoje, “O desemprego e a presidente”, distorce os números da PNAD contínua para dizer que o mercado de trabalho vai pior do que se pensava no Brasil. O texto mistura a antiga e a nova metodologia pelas quais o IBGE divulga os índices de desemprego no país e esse dado da PNAD Contínua que aponta melhora no mercado de trabalho neste e no próximo ano nem é enfatizado.
Isso, quando o editorial é desmentido por reportagens do próprio jornal e de seus concorrentes, que destacam o vigor da criação de vagas – e não só da desistência pela busca de trabalho, como gosta de enfatizar costumeiramente a imprensa. O Globo, por sua vez, transforma a pesquisa do Pew Research Center norte-americano em manchete para dizer que hoje a inflação preocupa mais os brasileiros do que a corrupção.
Para os jornalões, como para boa parte da oposição, viúvos e saudosistas da velha UDN e de suas campanhas moralistas, o dado se encaixa bem no discurso atual que querem difundir sobre a alta dos preços e a volta da inflação. No cenário econômico apocalíptico que desenham, só o jornal paulistano Valor Econômico destoa um pouco e faz uma abordagem um pouco mais profunda.
“Num país de insatisfeitos – diz o Valor -, avaliação positiva de Dilma supera a de adversários. No total, 51% têm visão favorável sobre Dilma, embora a maior parte desaprove a maneira como lida com corrupção, criminalidade, educação e saúde. O índice de aprovação de Aécio é de 27%; o de Campos, de 24%”. Ou seja, o jornal registra que a presidenta Dilma e seu governo tem o dobro de aprovação dos candidatos da oposição ao Planalto individualmente, ou o equivalente ao que eles dois têm somados.
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