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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Concurso escolherá projeto do Museu Nacional Afro-Brasileiro.

No projeto anunciado por Agnelo Queiroz e Marta Suplicy, o visitante terá ao alcance o verde e a tecnologia de ponta ao chegar ao museu (Breno Fortes/CB/D.A Press)

Área de 65 mil metros quadrados, próxima ao Lago Paranoá, receberá o Museu Nacional Afro-brasileiro, cercado por um parque que vai homenagear o líder sul-africano. Casas do Brasil e do mundo foram visitadas para servirem de modelo.

No projeto anunciado por Agnelo Queiroz e Marta Suplicy, o visitante terá ao alcance o verde e a tecnologia de ponta ao chegar ao museu.

À beira do Lago Paranoá, com vista para a Ponte JK, será erguido o Museu Nacional Afro-brasileiro. Gestado há mais de 15 anos, o projeto ganhou novo impulso com a doação feita pelo Governo do Distrito Federal (GDF) ao Ministério da Cultura de um terreno de 65 mil metros quadrados na área nobre de Brasília. A parceria entre o governador Agnelo Queiroz e a ministra Marta Suplicy prevê um concurso, feito por meio de edital pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, para escolher o melhor projeto do museu, que ficará dentro de um parque, batizado de Mandela, em homenagem ao líder da batalha contra o apartheid na África do Sul. 

O objetivo do espaço, segundo Marta, será contar a história que não está nos livros didáticos, desde a vinda dos africanos para o Brasil, mostrando as contribuições deles para a formação da cultura nacional atual. Engana-se, porém, quem espera uma atração tradicional. “Vamos investir em um museu high-tech, com muitos recursos interativos, explorando as possibilidades da tecnologia”, adianta a ministra. “Nosso DNA é negro. Temos 53% da população se autodeclarando negra. E mesmo os que se definem brancos têm a cultura afro no que gosta de comer, de ouvir e de dançar. Com a sensibilidade do governador Agnelo, garantindo o terreno, poderemos fazer desse local um espaço também de estudo e pesquisa.”

A área destinada ao museu não é a mesma do projeto original. O terreno onde o espaço seria construído, na década de 1990, ficava perto do Gran Circo Lar, com 5 mil metros quadrados — 13 vezes menor que o atual. Em visita oficial a Brasília, em 1998, Nelson Mandela, ainda como presidente da África do Sul, chegou a visitar o antigo local e a assinar a placa de fundação do centro cultural. Mas entraves burocráticos impediram o projeto de sair do papel. Com a nova destinação, a área abrigará o 31º museu federal, dentro do Parque Mandela, que, além de área verde, contará com cafés e restaurantes. A gestão do espaço ficará sob o comando do Ministério da Cultura.

“A cidade terá mais um atrativo para o turista, que poderá visitar o museu e ainda aproveitar a área verde. Com isso, fomentamos a cultura tanto para o morador quanto para o visitante”, afirma o governador Agnelo. Para a ministra, a escolha da capital tem muito a ver com o tema do espaço cultural. “Brasília é a síntese do Brasil, aqui temos todas as culturas, todas as influências, não há local melhor para esse museu”, diz. Marta e Agnelo se inspiraram em museus interativos conhecidos pela tecnologia empregada, no Brasil e no exterior e também nos poucos locais dedicados à cultura afrobrasileira do país, como o Museu Afro Brasil, localizado dentro do Ibirapuera, na capital de São Paulo. 

O concurso que escolherá o melhor projeto do Museu Nacional Afro-brasileiro deve ser lançado, pela previsão do Ministério da Cultura, em agosto, para candidatos brasileiros e estrangeiros. A ideia, segundo a ministra da pasta, é lançar a pedra fundamental da obra ainda este ano. O tamanho exato do espaço, dentro da área de 65 mil metros quadrados, ainda não está definido. Vai depender, explica Marta, dos projetos que chegarem.

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