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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Reais motivações - por Francisco Praciano*

 

Desde meados do ano passado, veículos de comunicação do país têm destacado um escândalo de grandes proporções envolvendo, principalmente, funcionários públicos paulistas da área de transporte, autoridades dos governos do PSDB em São Paulo e empresas estrangeiras.

De acordo com as publicações jornalísticas, os atores desse escândalo superfaturaram, em pelo menos 30%, os valores para aquisição e manutenção de trens da rede de metrô paulista, causando prejuízos aos cofres públicos estimados em R$ 800 milhões.

Mais recentemente, a imprensa também tem noticiado dois outros grandes escândalos. O primeiro deles diz respeito a suposto pagamento de propinas, por parte de uma empresa holandesa, a funcionários da Petrobras. O segundo se refere ao pagamento de US$ 1,2 bilhão, feito pela Petrobras (no período de 2006 a 2012) por uma refinaria de petróleo americana que, em 2005, havia sido adquirida por uma empresa belga pelo valor de US$ 42,5 milhões.

Os escândalos acima mencionados produziram, no Congresso Nacional, um repentino interesse por criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para investigação do que tem sido noticiado pela imprensa. De um lado, os parlamentares da oposição (principalmente do PSB e do PSDB) querendo investigar a Petrobras. De outro, a base do governo querendo investigar o escândalo do metrô de São Paulo e as obras do Porto de Suape feitas pelo governo do PSB. Das várias CPIs que foram apresentadas, assinei a que considero mais ampla, ou seja, aquela que tanto alcança a Petrobras quanto as irregularidades nas obras do metrô de São Paulo e no porto de Pernambuco.

Estou convencido, porém, que todos esses pedidos de CPI não visam, efetivamente, coibir a corrupção no país, mas tão somente causar estragos nas candidaturas de adversários políticos durante as próximas eleições. A prova disso é que mais de 380 proposições voltadas para o combate à corrupção tramitam há anos, no Congresso Nacional, sem que os parlamentares demonstrem firmes interesses em votá-las.

* Francisco Praciano é deputado federal pelo PT-Am.

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