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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Juventude Viva: o combate à alta mortalidade de jovens negros


Fundamental a iniciativa do governo Dilma Rousseff em defesa dos jovens negros, ainda hoje as principais vítimas da violência no Brasil. Foi lançado, 5ª feira, em Maceió, o “Juventude Viva”, programa piloto com o objetivo de diminuir o assassinato dos jovens negros no país.

Estiveram presentes ao lançamento os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República), Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial- SEPPIR), Brizola Neto (Trabalho) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Um time e tanto na garantia de proteção aos nossos jovens.

O esforço é mais do que necessário. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade (53%) dos homicídios registrados no Brasil vitimam jovens - e entre estes, 75% são negros. Além disso, na última década, o assassinato de jovens negros saltou de 14.055 em 2000 para 19.255 em 2010, um aumento de quase 50%. Na contramão, portanto, das mortes dos jovens brancos que diminuíram de 9.248 para 7.065 no mesmo período.

Ações conjuntas


Gilberto Carvalho e Luiza BairrosDaí a urgência, importância e a mobilização em torno deste programa piloto, o primeiro entre outros que darão sequência ao Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra. Segundo a ministra Luiza Bairros, em entrevista ao “Bom dia Ministro”, o programa vai “começar como uma experiência em Alagoas, com os vários ministérios envolvidos desenvolvendo um conjunto de ações de inclusão e contra a violência”.

As ações serão conjuntas entre os ministérios da Cultura, Educação, Saúde, Trabalho e Esportes, mais as secretarias e governos locais (municipais e estaduais). Estão previstos, por exemplo, a criação de espaços culturais em regiões violentas, a adoção de aulas em período integral, o estímulo ao empreendedorismo juvenil e à capacitação de profissionais que atuam com os jovens no seu cotidiano. Entre estes, os policiais.

Segundo a ministra, o trabalho com as forças policiais será “extremamente importante” para mudar o comportamento delas em relação à juventude, sobretudo, ao jovem negro que “por conta da discriminação racial, acaba sendo mais atingido por essa violência”.

Dados inaceitáveis

Luiza frisou que "embora o diagnóstico que conduz o programa leve em conta a população negra, seu caráter é amplo. A instalação de uma praça de cultura em um bairro de maioria negra faz toda a diferença para toda a população". 

Vale destacar que a opção por Maceió como marco inicial do “Juventude Viva” não é à toa. Além de ocupar a 2ª posição no ranking dos municípios mais violentos do país (os 132 que concentram 70% dos homicídios brasileiros), a capital alagoana foi o ponto de largada, há três meses, com bons resultados, do Programa Brasil Mais Seguro do Ministério da Justiça.

O programa piloto também será testado em outros três municípios alagoanos: Arapiraca (30ª posição no ranking), Marechal Deodoro (119ª) e União dos Palmares (123ª). A meta é que a partir dessas experiências, o “Juventude Viva” seja levado aos demais municípios que compõem o ranking dos mais violentos.

(Foto: Marcelo Casal Jr/ABr)

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