Integrantes de movimentos populares invadiram as obras nos estádios das cidades-sede. Em Curitiba, eles protestaram contra ações de despejo promovidas para realização das obras.
A quarta-feira (4) foi de protestos nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A Campanha Nacional Contra os Crimes da Copa do Mundo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pelo Movimento Popular Resistência Urbana, promoveu panfletagens em oito cidades: Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá e Fortaleza.
Em Curitiba, cerca de 120 pessoas se reuniram pela manhã em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, para uma manifestação contra as ações de despejo promovidas por causa das obras do Mundial. A manifestação começou por volta das 9 horas, com rojões e palavras de ordem. Segundo o Movimento Popular por Moradia (MPM) - grupo que articulou o ato no Paraná -, estiveram presentes representantes e moradores de regiões consideradas problemáticas no que diz respeito à moradia na capital e na Região Metropolitana.
A quarta-feira (4) foi de protestos nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A Campanha Nacional Contra os Crimes da Copa do Mundo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pelo Movimento Popular Resistência Urbana, promoveu panfletagens em oito cidades: Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá e Fortaleza.
Em Curitiba, cerca de 120 pessoas se reuniram pela manhã em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do estado, para uma manifestação contra as ações de despejo promovidas por causa das obras do Mundial. A manifestação começou por volta das 9 horas, com rojões e palavras de ordem. Segundo o Movimento Popular por Moradia (MPM) - grupo que articulou o ato no Paraná -, estiveram presentes representantes e moradores de regiões consideradas problemáticas no que diz respeito à moradia na capital e na Região Metropolitana.
“A pauta nacional foi um ato pelas desapropriações causadas pela Copa, mas regionalmente nós consideramos um motivo para debatermos a questão da moradia de forma geral”, disse o coordenador do MPM no estado e representante do Paraná na Frente Nacional de Resistência Urbana, Chrysantho Figueiredo.
O grupo foi recebido pelo secretário de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro. “Protocolamos um documento que sintetiza os problemas de cada área representada, reivindicando clareza nos despejos que serão realizados e no orçamento destinado à moradia no estado”, relatou Figueiredo.
Além disso, segundo o coordenador do MPM, o documento pede a criação, para Curitiba e RMC, de um instrumento de política habitacional, o "bolsa aluguel", e também de um grupo de trabalho que reúna, periodicamente, lideranças e autoridades para debater os problemas de moradia. “O secretário foi receptivo, mas nenhuma decisão foi tomada. Marcamos de conversar novamente na próxima semana e o que a gente espera é que essa reunião de fato aconteça. O problema de moradia é algo crônico em todo o país”, completou Figueiredo.
Em nota divulgada pela Secretaria nesta quarta, o secretário afirmou que o ideal é a formação de um grupo de trabalho composto por representantes do governo do estado, das prefeituras, das comunidades e dos movimentos sociais, para permitir a discussão com outras secretarias e órgãos.
Prioridades
O MPM cita dois problemas principais a serem debatidos em Curitiba e RMC. O primeiro é a desapropriação de moradias na Vila Afonso Pena, na região do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Segundo o MPM, não há informações de quantas famílias terão que deixar o local para as obras do aeroporto.
Outra região com problemas é a do Guarituba, em Piraquara. Em 2009, o governo federal anunciou um pacote de verbas do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e do PAC da Habitação para beneficiar famílias de áreas de risco. Foram cerca de R$ 15 milhões destinados à habitação de várias regiões, incluindo o Guarituba. A promessa era de que a região teria mais de 8,8 mil famílias beneficiadas, das quais 803 seriam relocadas de áreas de risco, como margens de rios. As famílias restantes receberiam a posse de seus terrenos.
Em março de 2010, um levantamento mostrou que o projeto do PAC para a região teria atraído mais de mil novos moradores que buscavam ter seus próprios terrenos. Mas esses novos moradores não tinham feito um cadastro, em 2007, que definia quais famílias seriam beneficiadas pela regularização.
No mesmo ano, no mês de setembro, outro levantamento apontou que as obras do PAC não estavam sendo entregues como prometido. Na época, o Paraná entregou apenas 11% dos projetos de habitação.
No final de março deste ano, a Cohapar afirmou, em nota, que 212 casas do PAC serão entregues no fim deste mês. Na época, o engenheiro chefe informou que os lotes 1 e 2 do projeto estavam com as obras 90% concluídas e que os lotes 3 e 4 tinham 70% das obras finalizadas.
Itaquerão
Em São Paulo, manifestantes organizaram um protesto contra as obras da Copa no canteiro de obras do estádio do Corínthians, no bairro de Itaquera (zona leste de São Paulo).
A manifestação, que durou 40 minutos e transcorreu de forma pacífica, fez parte de um protesto nacional que mobilizou manifestantes em todo o país. Os sem-teto invadiram o canteiro de obras do estádio por uma entrada lateral e, segundo um dos coordenadores do protesto, Guilherme Boulos, a intenção era paralisar momentaneamente os trabalhos dos operários como forma de chamar a atenção para as famílias que moram no entorno das obras e que estão sendo despejadas para que os projetos sejam entregues.
Além do risco de despejo, o MTST quer chamar a atenção para a valorização dos imóveis, que está inviabilizando a renovação de contratos de aluguel de quem vive nessas regiões. “Há um processo de expulsão dos moradores em todas as cidades. No entorno das obras, o preço do aluguel tem dobrado de valor. No caso de São Paulo, muitos estão sendo obrigados a buscas alternativas de locação em municípios vizinhos da capital paulista”, disse Boulos.
O protesto também foi contra o uso de dinheiro público nos empreendimentos relativos à Copa, em detrimento dos investimentos para habitação popular. De acordo com o MTST, cerca de 800 pessoas participaram da ocupação do estádio, mas, para a Polícia Militar, o número de manifestantes não passou de 300.
Segundo informou a Odebrecht, a manifestação não atrapalhou o andamento dos trabalhos. O estádio está sendo erguido por 1.670 operários e deve ser concluído no prazo acordado com o governo de São Paulo e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), em dezembro de 2013. A empreiteira informou também que 32% das obras previstas foram feitas até agora.
Panfletagem marcou protesto no Maracanã
Uma panfletagem foi feita nesta quarta-feira (4) na entrada do canteiro de obras do Estádio do Maracanã. As obras de reforma do estádio, que vai receber o jogo final da competição, contam com o trabalho de 3 mil operários.
O protesto teve como objetivo denunciar os impactos que as obras da Copa provocam nas comunidades vizinhas, como ações de despejo e especulação imobiliária. Além do todas cidades-sede de jogos da Copa. Também houve protestos em São Luiz e Belém, que não estão na lista das cidades que vão receber jogos da competição.
De acordo com o Robson Oliveira, de 42 anos, que integra a organização nacional da campanha, o Comitê Popular da Copa, que reune movimentos sociais nas cidades-sedes, preparou um relatório denunciando que cerca de 900 mil famílias serão despejadas por causa das obras de mobilidade urbana e de construção de estádios. Ele ressaltou que, somente na capital fluminense, aproximadamente 55 mil famílias terão que deixar as casas onde moram atualmente. "Aqui no Rio, a comunidade do Metrô Mangueira, ao lado do Maracanã, vai ser despejada".
A Secretaria Municipal de Habitação informou que o reassentamento das comunidades ocorre em função das obras públicas já programadas, e não por causa dos grandes eventos esportivos previstos para a cidade, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Em relação à favela Metrô Mangueira, a secretaria informou que ela está localizada em uma região programada para receber intervenções. "As famílias foram avisadas sobre o reassentamento. Não há remoção forçada e ninguém será enxotado de lugar nenhum", assegurou a secretaria, por meio de nota.
O grupo foi recebido pelo secretário de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro. “Protocolamos um documento que sintetiza os problemas de cada área representada, reivindicando clareza nos despejos que serão realizados e no orçamento destinado à moradia no estado”, relatou Figueiredo.
Além disso, segundo o coordenador do MPM, o documento pede a criação, para Curitiba e RMC, de um instrumento de política habitacional, o "bolsa aluguel", e também de um grupo de trabalho que reúna, periodicamente, lideranças e autoridades para debater os problemas de moradia. “O secretário foi receptivo, mas nenhuma decisão foi tomada. Marcamos de conversar novamente na próxima semana e o que a gente espera é que essa reunião de fato aconteça. O problema de moradia é algo crônico em todo o país”, completou Figueiredo.
Em nota divulgada pela Secretaria nesta quarta, o secretário afirmou que o ideal é a formação de um grupo de trabalho composto por representantes do governo do estado, das prefeituras, das comunidades e dos movimentos sociais, para permitir a discussão com outras secretarias e órgãos.
Prioridades
O MPM cita dois problemas principais a serem debatidos em Curitiba e RMC. O primeiro é a desapropriação de moradias na Vila Afonso Pena, na região do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Segundo o MPM, não há informações de quantas famílias terão que deixar o local para as obras do aeroporto.
Outra região com problemas é a do Guarituba, em Piraquara. Em 2009, o governo federal anunciou um pacote de verbas do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e do PAC da Habitação para beneficiar famílias de áreas de risco. Foram cerca de R$ 15 milhões destinados à habitação de várias regiões, incluindo o Guarituba. A promessa era de que a região teria mais de 8,8 mil famílias beneficiadas, das quais 803 seriam relocadas de áreas de risco, como margens de rios. As famílias restantes receberiam a posse de seus terrenos.
Em março de 2010, um levantamento mostrou que o projeto do PAC para a região teria atraído mais de mil novos moradores que buscavam ter seus próprios terrenos. Mas esses novos moradores não tinham feito um cadastro, em 2007, que definia quais famílias seriam beneficiadas pela regularização.
No mesmo ano, no mês de setembro, outro levantamento apontou que as obras do PAC não estavam sendo entregues como prometido. Na época, o Paraná entregou apenas 11% dos projetos de habitação.
No final de março deste ano, a Cohapar afirmou, em nota, que 212 casas do PAC serão entregues no fim deste mês. Na época, o engenheiro chefe informou que os lotes 1 e 2 do projeto estavam com as obras 90% concluídas e que os lotes 3 e 4 tinham 70% das obras finalizadas.
Itaquerão
Em São Paulo, manifestantes organizaram um protesto contra as obras da Copa no canteiro de obras do estádio do Corínthians, no bairro de Itaquera (zona leste de São Paulo).
A manifestação, que durou 40 minutos e transcorreu de forma pacífica, fez parte de um protesto nacional que mobilizou manifestantes em todo o país. Os sem-teto invadiram o canteiro de obras do estádio por uma entrada lateral e, segundo um dos coordenadores do protesto, Guilherme Boulos, a intenção era paralisar momentaneamente os trabalhos dos operários como forma de chamar a atenção para as famílias que moram no entorno das obras e que estão sendo despejadas para que os projetos sejam entregues.
Além do risco de despejo, o MTST quer chamar a atenção para a valorização dos imóveis, que está inviabilizando a renovação de contratos de aluguel de quem vive nessas regiões. “Há um processo de expulsão dos moradores em todas as cidades. No entorno das obras, o preço do aluguel tem dobrado de valor. No caso de São Paulo, muitos estão sendo obrigados a buscas alternativas de locação em municípios vizinhos da capital paulista”, disse Boulos.
O protesto também foi contra o uso de dinheiro público nos empreendimentos relativos à Copa, em detrimento dos investimentos para habitação popular. De acordo com o MTST, cerca de 800 pessoas participaram da ocupação do estádio, mas, para a Polícia Militar, o número de manifestantes não passou de 300.
Segundo informou a Odebrecht, a manifestação não atrapalhou o andamento dos trabalhos. O estádio está sendo erguido por 1.670 operários e deve ser concluído no prazo acordado com o governo de São Paulo e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), em dezembro de 2013. A empreiteira informou também que 32% das obras previstas foram feitas até agora.
Panfletagem marcou protesto no Maracanã
Uma panfletagem foi feita nesta quarta-feira (4) na entrada do canteiro de obras do Estádio do Maracanã. As obras de reforma do estádio, que vai receber o jogo final da competição, contam com o trabalho de 3 mil operários.
O protesto teve como objetivo denunciar os impactos que as obras da Copa provocam nas comunidades vizinhas, como ações de despejo e especulação imobiliária. Além do todas cidades-sede de jogos da Copa. Também houve protestos em São Luiz e Belém, que não estão na lista das cidades que vão receber jogos da competição.
De acordo com o Robson Oliveira, de 42 anos, que integra a organização nacional da campanha, o Comitê Popular da Copa, que reune movimentos sociais nas cidades-sedes, preparou um relatório denunciando que cerca de 900 mil famílias serão despejadas por causa das obras de mobilidade urbana e de construção de estádios. Ele ressaltou que, somente na capital fluminense, aproximadamente 55 mil famílias terão que deixar as casas onde moram atualmente. "Aqui no Rio, a comunidade do Metrô Mangueira, ao lado do Maracanã, vai ser despejada".
A Secretaria Municipal de Habitação informou que o reassentamento das comunidades ocorre em função das obras públicas já programadas, e não por causa dos grandes eventos esportivos previstos para a cidade, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Em relação à favela Metrô Mangueira, a secretaria informou que ela está localizada em uma região programada para receber intervenções. "As famílias foram avisadas sobre o reassentamento. Não há remoção forçada e ninguém será enxotado de lugar nenhum", assegurou a secretaria, por meio de nota.
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