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terça-feira, 10 de abril de 2012

Pesquisa: metade da população está com sobrepeso

Os principais portais de notícias do país publicaram nesta terça-feira dados da Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, divulgado pelo Ministério da Saúde. As manchetes afirmam que 49% dos brasileiros estão acima do peso.

Os portais UOL, Terra, IG, Veja, Folha, Estadão, Globo, Record e Band informam que o sobrepeso no país subiu de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011. Já o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8% nesse período.

O aumento da obesidade e do excesso de peso atinge homens e mulheres. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso. Em 2011 as proporções passaram para 52,6% e 44,7%, respectivamente.

Entre os homens, o problema do excesso de peso se eleva conforme a idade: entre 18 e 24 anos, a taxa é de 29,4%. De 25 a 34 anos, o índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o percentual é de 63%.

O levantamento é divulgado anualmente pelo ministério e faz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos sobre sedentarismo, tabagismo, consumo de bebidas e alimentação.

A pesquisa coletou informações em todas as capitais e contou com mais de 54 mil pessoas entrevistadas. Um dos principais fatores de risco é o alto consumo de refrigerantes, carne e leite integral, que possui alto teor de gorduras.

A pesquisa mostra que o nível de escolaridade interfere nos hábitos alimentares. Quem mais consome hortaliças são pessoas com mais de 12 anos de escolaridade.

"Se não quisermos chegar ao patamar dos Estados Unidos, que tem 25% da população obesa, agora é a hora de agir", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Em entrevista à imprensa, ele disse que os acordos com a indústria de alimentos (para redução de gordura) e com escolas particulares (para a promoção da alimentação saudável) são algumas medidas que podem reduzir a obesidade no futuro.

Posição do Consea - O aumento do sobrepeso e da obesidade tem preocupado os integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que em suas comissões internas e fóruns de debates têm se posicionado a respeito dessas questões, por meio de resoluções, deliberações e exposições de motivos.

Na 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em novembro, em Salvador, os 2.000 participantes aprovaram uma Carta Política na qual a obesidade é associado, entre outros fatores, à atuação das grandes corporações e à irrestrita publicidade de alimentos.

“A livre atuação das grandes corporações, apoiada na irrestrita publicidade de alimentos – que tem como um dos alvos principais as crianças -, tem gerado efeitos evidentes na perda de soberania alimentar e em fenômenos como o avanço do sobrepeso e da obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis”, diz o documento.

Além da regulação da publicidade de alimentos para crianças, o Consea defende uma educação alimentar que promova hábitos alimentares saudáveis, maior consumo de frutas, verduras e legumes e outras ações e iniciativas de governos e da sociedade.

O Pleno Executivo da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), que reúne 19 ministérios, aprovou, no ano passado, o Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade, que prevê ações em três eixos e metas de redução do sobrepeso e da obesidade.

Fonte: Ascom/Consea

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