Acessos

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ônibus velhos são 'maquiados' em Manaus

Em visita às garagens, vereador disse ter encontrado ônibus antigos sendo pintados iguais aos novos e vai denunciar ao MPE

Por: MONICA PRESTES
Foto: Márcio Silva

A transferência de concessão da empresa City Transportes para a Açaí, ocorrida no último dia 19 de agosto, também será investigada.

A denúncia de que ônibus vinham sendo mantidos nas garagens das empresas de transporte público durante o horário de pico, publicada na edição da última quinta-feira de A CRÍTICA, levou o vereador Waldemir José (PT) às garagens das duas maiores empresas do ramo em Manaus: a São José (antiga Vitória Régia) e a Transamazônia (antiga Eucatur), visita que acabou no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Cidade Nova.

Após encontrar ônibus parados, peças e carrocerias antigas sendo reaproveitadas e, depois, pintadas similares às novas, o vereador decidiu encaminhar uma representação ao Ministério Público Estadual (MPE), pedindo investigação sobre os veículos em uso e os parados nas garagens. “É preciso acompanhar de perto a aquisição desses novos ônibus, para evitar que os antigos sejam ‘maquiados’ e entregues em meio a eles.” Waldemir José disse ter encontrado muitos ônibus parados na garagem da empresa São José, na Zona Leste, ontem à tarde.

Mas nenhum dos veículos era novo, segundo ele. Já durante a vistoria na garagem da Transamazônia, na avenida Camapuã, Zona Norte, o vereador se disse impressionado com a quantidade de ônibus que estavam sendo montados e pintados. Ao fotografar o trabalho que era feito na garagem da empresa, ele contou ter sido ameaçado por seguranças, que ao expulsarem o vereador do pátio teriam quebrado a lente da máquina fotográfica dele. O caso foi parar no 6º DIP, onde o vereador registrou um Boletim de Ocorrência por ameaça e danos materiais. “Perguntei ao administrador pelos ônibus novos e ele disse que não sabia. Quando entrei no pátio, encontrei ônibus sendo montados e pintados desde os pneus.

Foi quando seis homens me cercaram fazendo ameaças, e me colocaram para fora.” A reportagem de A CRÍTICA foi até a Transamazônia na tarde de ontem, mas os empresários se negaram a dar entrevista. O advogado da empresa, Talvani Brito, proibiu a reportagem de ter acesso à garagem, onde supostamente estavam sendo realizados os trabalhos de montagem e pintura de ônibus. No final da tarde, a assessoria jurídica do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) informou que o “veto” foi um “mal entendido” e que a imprensa poderá ter acesso às garagens de todas as empresas. Segundo o Sinetram, o vereador foi expulso pelos seguranças porque entrou na garagem sem se identificar e sem autorização. O sindicato nega a agressão e os danos ao material fotográfico. Segundo o Sinetram, a pintura feita pelas empresas é uma questão puramente estética, para melhorar a aparência dos veículos, já que o ano de fabricação dos mesmos é identificado pelo chassi que não foi alterado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário