Nenhuma seleção foi tão fiel ao lema criado por Neymar – “ousadia e alegria” – quanto a Alemanha durante a Copa do Mundo. Hospedados no litoral baiano, os comandados de Joachim Low já fizeram coro pelo Bahia, vestiram camisas de Flamengo e Grêmio, dançaram com índios e até vibraram com a vitória do Brasil sobre o Chile nas oitavas de final. A partir das 17 horas (de Brasília) desta terça-feira, no Mineirão, serão justamente eles o último obstáculo do time de Luiz Felipe Scolari para chegar à decisão de seu Mundial.
O desafio ficou ainda maior sem Neymar. O principal jogador da Seleção Brasileira sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar por causa de uma joelhada de Zúñiga no final da vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia e acabou cortado da Copa do Mundo. O incidente abalou o restante da equipe, conforme reconheceu o próprio Felipão. Coube ao astro, no entanto, restabelecer um pouco da alegria com um discurso otimista.
Só não se sabe ainda se Felipão será ousado para montar a Seleção Brasileira sem Neymar. O técnico não fechou os treinos preparatórios para a partida contra a Alemanha, porém testou mais de uma formação. Aquelas que manteriam a ofensividade do Brasil seriam com Willian (o mais cotado) ou Bernard. A mais cautelosa apostaria na sequência do volante Paulinho entre os titulares mesmo com o retorno de Luiz Gustavo, agora livre de suspensão.
Willian se mostrou animado com a oportunidade que poderá ganhar em uma semifinal de Copa do Mundo. “Sem dúvida alguma, é um jogo importantíssimo. Todo jogador sonha em disputar uma partida assim”, comentou, tentando transparecer também confiança. “Todos estão preparados. Queremos que o jogo chegue logo. É claro que temos alguns ajustes a fazer, mas vamos acompanhar os pontos fortes e fracos da Alemanha para o Brasil não ser surpreendido”, disse.
Segundo quem já conhece bem a Alemanha, será difícil encontrar pontos fracos na equipe europeia. “Não vou mentir: os defeitos deles são pequenos”, respeitou o zagueiro Dante, que joga no Bayern de Munique e substituirá o suspenso Thiago Silva – a faixa de capitão ficará com David Luiz. Um dos mais alegres do elenco, o novo titular ao menos minimizou a ousadia e a alegria alemãs em solo brasileiro. “Eles estão tentando se descontrair, assim com a gente faz um sambinha aqui e outro ali.”
A escalação do Brasil poderá ter ainda uma última alteração. O lateral direito Daniel Alves, que foi mal no início da Copa do Mundo, sonha com a possibilidade de recuperar a vaga perdida para Maicon diante da Colômbia. “Independentemente de quem jogar, estamos aqui para ajudar. Não sou jogador de ficar pedindo explicações para o técnico. Ele faz o que acha melhor”, discursou o atleta do Barcelona, da Espanha.
Atento às novidades da escalação brasileira, o técnico Joachim Low tentou não externar entusiasmo com os desfalques. “Sem o Neymar, o Brasil será mais difícil de vencer do que se estivesse com ele”, imaginou, explicando seu ponto de vista. “Claro que é um jogador de talento excepcional. Só que, depois dessa tragédia, os seus companheiros estarão mais unidos”, previu.
Mas Low também não se intimidou para falar que hoje o time alegre não é defendido pelos compatriotas de Neymar. “Essa Seleção tem muito pouco do tradicional modo brasileiro de jogar futebol, aquele estilo artístico que todos conhecíamos. O Brasil tem jogadores técnicos, mas agora eles jogam de maneira mais dura, mais robusta. Eles primeiro destroem o ataque adversário e só a partir daí tentam criar”, concluiu o treinador, embora sem ousadia para revelar a escalação da Alemanha.
FICHA TÉCNICA BRASIL X ALEMANHA
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 8 de julho de 2014, terça-feira
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Marco Rodríguez (México)
Assistentes: Marvin Torrentera e Marcos Quintero (ambos do México)
BRASIL: Júlio César; Daniel Alves (Maicon), David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Oscar, Willian (Paulinho) e Hulk; Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Schweinsteiger, Khedira e Kroos; Ozil, Klose (Gotze) e Muller
Técnico: Joachim Low
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