Uma ducha de água gelada na campanha tucana o noticiário de hoje sobre a escolha do senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) como candidato a vice-presidente da república, na chapa encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Pelo menos um dia na vida, os jornalões retratam a realidade e mostram que a disputa para os tucanos não é o mar de rosas constante que eles querem passar ao eleitorado!
O que é mostrado, hoje, é que a escolha de Aécio – Aloysio – se deu por absoluta falta de opção. Ele tentou sair com um companheiro do Nordeste para melhorar sua performance pífia nas pesquisas na região, o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o senador recusou; tentou a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie e sua equipe de campanha o desaconselhou porque ela seria vista como elitista; e esperou que um partido de peso desertasse da base de apoio da presidenta Dilma Rousseff para escolher nele seu vice – mas esse partido não se desgarrou.
Na falta de outro, foi com Aloysio mesmo, que já entrara nas cogitações há pelo menos dois meses e compõe a chapa apresentado como parte do esforço de Aécio para “pacificar” São Paulo e aproximar-se de José Serra, que disputou com ele a legenda para sair candidato ao Planalto e de quem o senador agora candidato a vice é próximo.
Chapa reedita política do “café com leite”, extinta em 1930
Mídia e adversários lembram hoje que a dupla Aécio-Aloysio reedita agora, quase um século depois, as chapas “café com leite” da República Velha encerrada com a Revolução de 1930, na qual São Paulo (café) e Minas (leite) formavam, se alternando na cabeça, as chapas de candidatos a presidente e vice-presidente da República até aquele ano.
O Estadão traz entrevista com Aloysio Nunes e pergunta como ele vai se defender de temas Paulo Preto e cartel, que podem explorar ser explorados pelos adversários na campanha. Paulo Preto, próximo de Aloysio, foi arrecadador de dinheiro para campanhas tucanas anteriores e teria se envolvido em polêmico desvio de fundos que ele nega e o PSDB nunca pode assumir. O senador-candidato a vice teve seu nome envolvido no cartel do trensalão, mas “por falta de indícios suficientes” que o comprometessem foi excluído do processo pelo STF.
Sobre um “bate-boca” recente com um blogueiro em Brasília, que o questionou exatamente sobre essa história do cartel do trensalão, ele promete nessa entrevista evitar conflitos inúteis, mas adianta não ter “sangue de barata”.
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