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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Somos Milton Santos - Júlio Lázaro Torma*

No Brasil estamos mais uma vez assistindo um ato de violação dos Direitos Humanos.

Passados um ano do caso de reintegração de pose do Bairro Pinheirinho em São José dos Campos/ SP, onde foram despejados de forma truculenta 1600 familias entre homens, mulheres, crianças e idosos.

Famílias estás que foram jogadas ao léo, na rua da amargura sem ter para onde ir, morar,onde tiveram o seu sonho de ter uma moradia digna jogada ao leo em nome dos interesses da burguesia expeculativa.
 
Agora estamos prestes a ver mais uma ação truculenta e vendida do poder judiciário e do governo estadual no caso do Assentamento Milton Santos em Americana (SP).
 
O assentamento composto de 68 famílias que produzem agro ecologicamente,abastecendo a economia local.
 
As famílias sem terra organizadas no Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra( MST), ocuparam uma massa falida, a Fazenda Sitio Bela Vista, que havia sido repassado pela família Abdalla, ao INPS, atualmente INSS,para pagamento de dividas trabalhistas em fins de 1970.
 
Área esta improdutiva e abandonada até a instalação do acampamento Milton Santos em 2005.
 
O assentamento Milton Santos resiste ao agronegócio e a monocultura da cana de açúcar,produzida pela Usina Ester,que cobiça aquela área.Os agricultores tem resistido a contaminação dos agrotóxicos utilizados na monocultura açúcareira.
 
Além da resistência aos venenos, tem resistido as incursões impostas pelos proprietários da Usina Ester e da emissora EPTV,afiliada da Rede Globo na região de Campinas (SP).Onde os empresários ganharam a ação de reintegração de posse da área do assentamento.
 
Ao mesmo tempo vemos a aliança do poder judiciário que se vende a troco de banana ao poderio econômico.Onde se fala em independência do judiciário brasileiro.Se tratando dos direitos dos pobres,temos visto uma dependência serviçal do judiciário e uma intromissão do poder econômico do empresariado e do latifúndio nacional e transnacional.
 
O Judiciário é vendido e está corrompido desde as bases até o Supremo Tribunal Federal,onde o que VALE é o dinheiro e não a pessoa.O judiciário se ajoelha diante dos interesses do capital quando se trata dos pobres e excluidos.
 
O povo tem razão quando diz " Não existe justiça", e " que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco", mais uma vez estamos vendo o judiciário e o estado a serviço da ordem do capital.
 
Onde vamos assistir pessoas humildes que trabalham de forma honesta, pacífica,ordeiras e quietas sendo despejadas do local há onde moram.Vendo as suas plantações, criações,benfeitorias,sonhos de viverem com dignidade jogadas na rua da amargura.
 
Ao mesmo tempo em que não tem a onde irem,perambulando pelas beiras de rodovias e dormindo debaixo dos viadutos e calçadas.
 
Se fala em combater a pobreza e a fome, ao mesmo tempo em que vemos o despejo do Assentamento Milton Santos que estão produzindo e combatendo com o seu trabalho a fome e mostrando que a Reforma Agrária é o caminho viável e necessário para o desenvolvimento do país.
 
Quero expressar o meu apoio e solidariedade aos assentados do Milton Santos. Peso aos meus amigos do governo federal para que agilize a desapropriação da área para fins de Reforma Agrária, e a permanência das famílias do Assentamento Milton Santos e que não cedam as pressões dos latifundiários e dos empresários da mídia,da EPTV.

Reforma Agrária, Já!, Por um Brasil sem Latifúndio! Somos todos Milton Santos.
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* Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/ RS

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