Estamos celebrando na Igreja Católica Apostólica Romana, o cinqüentenário do Concílio Ecumênico Vaticano II e o " Ano da Fé", proclamado pelo Papa Bento XVI.
Muito tem se discutido sobre a importância deste Concílio, que foi impulsionado pelo Papa Buono, saudoso Giovanni XXIII.
O Concílio é o milagre de João XXIII, o Papa da bondade,em que foi o instrumento de Deus para fazer uma abertura da Igreja ao mundo.De diálogo com este mundo novo, a mulher e homem moderno e os novos tempos que se apresenta.
Podemos dizer que Igreja se abriu tarde á este diálogo, pois o seu medo em relação a modernidade,como vemos na encíclica Pascendi (1907) de São Pio X (1903-1914), fez com que a ela combate-se, isola-se diante da realidade que se desenhava.
Ela chegou tarde, quando a modernidade já estava dando sinais de crise e já anunciava o advento de um novo tempo pós moderno em que estamos vivenciando.
No interior da Igreja se fala num Concílio Ecumênico Vaticano III, onde duas tendências defendem, uma os avanços e uma abertura da Igreja para o diálogo com a realidade pós moderna de nossos tempos, pois o Concílio Vaticano II ( 1962-1965), já estaria superado.
Uma outra tendência, que foi a "minoria" no Concílio Vaticano II, pede á revogação do Concílio e todos os avanços em que ele representou e trouxe a Igreja nas últimas cinco décadas.
Eu me simpatizava com a idéia da realização de um novo Concílio Vaticano III, para análisar o papel da Igreja no terceiro milênio, na era pós moderna, pós industrial e as suas respostas aos desafios em que lhe é imposta pelas transformações comportamentais, avanços da ciência e tecnologia.
Mas diante do atual quadro da Igreja desenhado nestas últimas três décadas e da "volta da grande disciplina", propagado por João Paulo II (1978-2005), sou amplamente contra.
Pois o Concílio, será não uma abertura da Igreja como sonhava e desejava o saudoso João XXIII, mas com a ascensão de movimentos conservadores e fundamentalistas no seio da Igreja será um retrocesso.
O que temos visto grupos que tem forte poderio econômico, dando as cartas e elegendo membros da hierarquia a seu bel prazer como Legionários de Cristo, Opus Dei, Arautos do Evangelho, aliados a grupos cismáticos....
Onde defendem o retorno da Igreja ao Concílio de Trento (1545-1563), as teses jansenistas e maniqueístas, retorno a era medieval, onde a Igreja tinha poderio sobre o poder temporal.
Se formos olhar a era trentina já acabou e tem setores saudosistas que ainda querem manter de pé e "retornar aos bons tempos".
Pela lógica do Kronos, não podemos retornar no tempo ao passado, mas viver o tempo presente e olhar o futuro que se anuncia.
Sobre o Concílio Vaticano II em que querem as exéquias,réquiem do Concílio, que segundo eles é responsável pela crise em que a Igreja passa nos últimos anos.
O Concílio Vaticano II, não é responsável pela crise da Igreja e a evasão de fiéis para outras denominações,religiões ou não.
A questão é os dezesseis documentos não foram colocados em prática e não são conhecidos pela grande multidão de fiéis, bem como por uma ampla parcela do clero.
Não podemos querer a convocação de um novo concílio se nem a terça parte das propostas conciliares foram executadas. Primeiro vamos conhecer e estudar a fundo este grande tesouro dado por Deus á Igreja nos tempos atuais.
Se foi cometido erros como fala alguns setores foi pela falta de aprofundamento por parte destes setores que desejam sepultá-lo e coloca-lo num museu, como eles já estão lá.
O Concílio Vaticano II, passados cinco décadas continuará atual para os nossos tempos e devemos é tirá-lo do papel e executá-lo em vez de sepultá-lo.
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* Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/ RS
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