FHC: sociologicamente correto (!) |
Por Frederico A. Passos - fred_passos@yahoo.com.br
Caros leitores e únicos amigos, estou estupefato com as últimas notícias que chegam do Uruguai. E é do Uruguai e não do Paraguai! Por isso, tenho certeza de que a notícia não é falsa! Os jornais e algumas revistas publicaram, na semana passada, em caixa alta, a seguinte chamada da matéria que iriam noticiar: MACONHA VENDIDA PELO GOVERNO URUGUAIO SERÁ MELHOR E BARATA!
Segundo as notícias, o parlamento uruguaio está estudando uma lei para regulamentar a venda da cannabis sativa. E, pasmem, depois de regulamentada, o governo estuda a proposta de estatizar a produção e a venda do produto. De acordo com o senhor Julio Calzada, diretor do Conselho Nacional das Drogas, “hoje, a maconha é consumida no mercado negro (…) chega misturada com substâncias que não são necessariamente maconha” ou contém “as partes da planta que não são destinadas ao consumo humano, tais como folhas, caules e outros. A que o Estado vai fornecer é uma substância de qualidade superior a essa”. Ao que parece, o referido diretor conhece do assunto, pois já experimentou todos os “dedos de gorila” vendidos no mercado negro uruguaio e constatou a má qualidade da maconha produzida no País. Isso é uma vergonha para um país membro do Mercosul. Segundo ele, até a maconha do Paraguai tem qualidade superior a do Uruguai.
A matéria diz ainda que “segundo pesquisa realizada pelo governo uruguaio estima-se que 20 mil pessoas consumam regularmente maconha neste pequeno país de 3,2 milhões de habitantes”. E que no mercado negro, “o preço de 25 gramas de maconha custam 500 pesos (25 dólares)”. De acordo com diretor, depois de reuniões com“especialistas internacionais e de outras partes interessadas”, determinou-se que o preço “da substância que o Estado pode distribuir de forma legal não ficará longe dessa média”.
Diante dessas informações, fiquei pensando com meus botões. Somente na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, existem mais 20 mil consumidores de maconha. Imaginem a grana que seria arrecada pelo governo brasileiro com a descriminalização da erva e sua posterior comercialização pelo Estado? Tenho a impressão de que o Governo arrecadaria mais recursos com o produto do que com a cobrança do imposto de renda. Que tal substituir o imposto de renda pela legalização da maconha?
Não costumo concordar com os militantes da direita, mas o FHC tava certo quanto passou a defender a descriminalização da maconha. Ele devia ter fumando um e depois passou a ser um visionário. Ele só não aceita a interferência estatal no comércio do produto.
E como os uruguaios irão controlar o consumo?
Conforme a reportagem, cada consumidor teria um cartão pessoal anônimo com código de barras, dando direito a 40 gramas de maconha por mês. Puta que o pariu, isso seria impossível no Brasil! Aqui, por exemplo, Seu Jorge, Marcelo D2 e o Falcão, do Rappa, devem consumir juntos, pelo menos, 100 kg do produto por semana! Sobre o cartão pessoal, Cazalda disse que “seria um documento anônimo, sem foto, sem o nome do titular, que seria usado para controlar o consumo”.
Acredito que chegou a hora de o governo brasileiro colocar a discussão na mesa. Ano passado ocorreram diversas manifestações no País, as chamadas “Marchas da Maconha”, que, em São Paulo, no governo Alckmin, foi duramente reprimida. Os militantes da marcha estavam reivindicando a descriminalização da droga.
Caso o governo brasileiro regulamente a venda e o comércio da maconha, sou favorável que o Ministério da Assistência Social crie o programa “Bolsa Bagulho do Bom”, que não deixaria de fora usuários com renda familiar de até três salários mínimos. Também sou a favor que seja criada uma estatal para o setor. Seria uma sociedade de economia mista, com capital público e privado. Assim, Carlinhos Cachoeira, Fernandinho Beira-Mar e outros poderiam se candidatar a sócios da empresa! O nome da empresa poderia ser Bagulhos S/A. É a minha sugestão!
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