Manifestação termina em batalha campal em Porto Alegre

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Uma manifestação que reuniu centenas de pessoas em frente à prefeitura de Porto Alegre na noite desta quinta-feira (4) começou de forma pacífica e acabou terminando em uma verdadeira guerra campal. Centenas de jovens e artistas de rua protestavam por uma cidade “mais alegre”, mas terminaram a noite sob forte repressão da Brigada Militar.

A reportagem do Sul21 esteve no ato durante quase toda a noite e pôde observar que a manifestação transcorria de forma pacífica e animada. Os manifestantes estavam dançando, cantanto e gritando palavras de ordem contra o prefeito José Fortunati (PDT) – acusado de ter privatizado diversos espaços públicos de Porto Alegre, como o Largo Glênio Peres e o auditório Araújo Vianna, ambos patrocinados pela Coca-Cola.

Quando a reportagem deixou o local por volta das 23h30min, a manifestação ainda ocorria de forma pacífica e bastante festiva, sem nenhum tipo de confronto. Mais de 20 guardas municipais faziam a defesa da entrada da prefeitura e exatos 19 policiais militares – agrupados em quatro viaturas e três motocicletas – faziam a defesa do mascote da copa do mundo, um boneco gigante de um tatu patrocinado pela Coca-Cola que estava colocado no Largo Glênio Peres.

Pouco depois que a reportagem deixou o local, os ativistas resolveram se dirigir ao Largo Glênio Peres para protestar em frente ao boneco da Coca-Cola. De acordo com diversos relatos de pessoas que estavam no local, os brigadianos permaneceram imóveis diante da aproximação da multidão.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Segundo os manifestantes, os brigadianos permitiram que as pessoas pulassem a grade de contenção do mascote para, então, começarem a reprimí-las. A partir daí, os relatos são de que houve uma verdadeira batalha campal.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Para defender o boneco representando o mascote da Copa 2014 – que chegou a ser derrubado -, foram deslocados cerca de 60 policiais militares do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 9º Batalhão de Polícia Militar, além de tropas da Guarda Municipal. Os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo, dispararam tiros com munição não-letal e partiram para cima dos manifestantes com seus cassetetes. Os relatos informam que sequer os jornalistas presentes foram poupados. Pelo menos três, que estavam devidamente identificados com seus crachás, foram agredidos: um fotógrafo do jornal Zero Hora, um repórter do Correio do Povo e um repórter da Rádio Guaíba.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21
De acordo com alguns manifestantes ouvidos pela reportagem, as mulheres foram agredidas com puxões pelos cabelos, além de xingamentos de policiais que as chamavam de “vagabundas”. Após o tumulto, já com reforços no local, a polícia ordenou que todos de ajoelhassem no chão.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

O repórter fotográfico do Sul21, Ramiro Furquim, chegou ao local após o confronto e presenciou o momento em que a SAMU chegou para atender os feridos. “A SAMU buscou um cara que estava com um machucado aberto na cabeça”, relatou.

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Até o momento, as informações mais precisas dão conta de que a Brigada Militar prendeu seis pessoas e de que cerca de 20 manifestantes estão feridos e recebendo cuidados médicos no Hospital de Pronto-Socorro.

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