Os 30 anos de atuação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foram debatidos em Sessão Especial, que aconteceu na tarde desta terça-feira (20), no plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). O autor da proposta foi o deputado José Ricardo Wendling (PT), líder do PT na Casa.
A CUT foi fundada no dia 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo (SP), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). Naquele momento, mais de cinco mil homens e mulheres, vindos de todas as regiões do País, lotaram o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz e imprimiam um capítulo importante da história. Considerada como organização sindical brasileira de massas, em nível máximo, a CUT tem caráter classista, autônomo e democrático, tendo como compromisso a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.
Para o deputado, hoje vive-se um momento importante da história do Brasil, que começou com o Governo Lula e continua no Governo Dilma, ao longo de dez anos da gestão do PT, numa ótica onde o trabalhador e a trabalhadora são valorizados, com a redução significativa da miséria e da inclusão de milhões de brasileiros, que ante estavam excluídos de direitos básicos. “São políticas que estão ampliando o poder aquisitivo do trabalhador. Mas precisamos trabalhar agora a qualidade do emprego, onde atuam a CUT e outras organizações”, disse ele, enfatizando que essa realidade é resultado da luta dos trabalhadores e da CUT, que sempre participaram desse processo de inclusão social.
E completou: “Os debates em torno da Zona Franca de Manaus (ZFM) devem estar sempre na pauta das categorias de trabalhadores, como as mudanças na legislação, a fragilidade do modelo e sua prorrogação e extensão, além das discussões sobre as alternativas econômicas para a região. Temos ainda muita pobreza no Amazonas e atrasos em muitas áreas, como na educação, com índices de desenvolvimento humano muito baixo em várias cidades. Quadro que precisamos mudar. O poder público tem que ouvir a sociedade e os movimentos de classe, como a CUT, para definir as suas prioridades. Parabéns à CUT por essas três décadas de forte atuação”.
O presidente da CUT/AM, Waldemir Santana, enfatizou que todos os sindicatos compõem a CUT ao longo desses 30 anos. “Quando os sindicalistas fazem uma boa reivindicação, quem ganha é a classe trabalhadora. Nós queremos emprego local, e não importar mão-de-obra. Continuamos lutando por mais direitos trabalhistas, esperando sempre o apoio da Assembleia. Porque não dá para aceitar que empresas ganhem incentivos fiscais de ICMS sem qualquer contrapartida para os municípios do Estado; que empresas do transporte recolham FGTS dos trabalhadores e não repassem aos órgãos competentes, mas continuem recebendo incentivos do Governo e Prefeitura”, relatou ele, informando que faz parte da CUT no Amazonas cerca de um milhão de trabalhadores não só formais (carteira assinada), mas também os informais que lutam no dia-a-dia.
Histórias e lutas
De acordo com a presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (Fetagri), Izete Rodrigues, hoje é um dia especial para o movimento sindical, em especial à CUT. “O nosso papel é fundamental, nas discussões em defesa dos nossos trabalhadores. É uma longa trajetória que nos faz refletir para a continuidade desse processo. A CUT é a maior instituição que propaga pelo mundo os direitos dos trabalhadores. Por isso, quero parabenizar a cada membro da CUT, por enfrentar as dificuldades diárias. Devemos comemorar em defesa da vida, porque muitos já derramaram seu sangue em defesa dos direitos trabalhistas”, considerou.
Já a secretária de Estado do Trabalho (Setrab), Francinete Lima, ressaltou que esse é um momento histórico e que há muitos anos esteve na luta dos trabalhadores e dos movimentos sindicais.
“A CUT somos nós, nossa luta e nossa voz”, afirmou o subsecretário adjunto de Operações da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Adilson Vieira, destacando a importância da CUT na consolidação da democracia do Brasil. Ele lembrou que a Central Única dos Trabalhadores foi importante na luta pelas “Diretas Já”, na luta pelo impeachment do ex-presidente da República, acusado de corrupção, e na luta democrática pelos direitos da terra. “Além disso, lutou contra a escravidão no trabalho e pela consolidação de importantes direitos trabalhistas. Ainda estamos na luta, buscando a redução da jornada de trabalho, de 44h para 40 h/semanais, no desenvolvimento da nossa humanidade e na busca por justiça social. Parabéns, a todos os integrantes desse importante movimento sindical”.
A vereadora Rosi Matos (PT) falou sobre a luta da CUT no Amazonas. “Muita história a ser contada e, tenho certeza, muito ainda vai contar na história desse País, em defesa dos direitos trabalhistas. Parabéns a todos os trabalhadores e trabalhadoras”.
Sobre a CUT
A Central Única dos Trabalhadores está baseada em princípios de igualdade e solidariedade, tendo como objetivos organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Presente em todos os ramos de atividade econômica do País, a CUT consolida-se como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.438 entidades filiadas, 7.464.846 trabalhadoras e trabalhadores associados e 22.034.145 trabalhadoras e trabalhadores na base.
No ano de 1983, com finalidades de apoiar e fortalecer as lutas de trabalhadores/as de Manaus e do Amazonas, é criada a CUT/AM. Emerge em Manaus a força de organização popular, destacando-se o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus e a Associação de Professores do Amazonas, que culmina com a criação da Central CUT/AM. No Estado, representa mais do que um instrumento de luta e de representação real da classe trabalhadora, um desafio de dar um caráter permanente à presença organizada de trabalhadores e trabalhadoras na política nacional e estadual.
Participaram dessa Sessão Especial, dentre outros órgãos e entidades: Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Sindicato dos Trabalhadores Plásticos do Estado do Amazonas (Sindplástico), Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Área de Saúde do Estado do Amazonas (Sindsaúde/AM), Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Instituto de Terras do Amazonas (Iteam), Federação da Agricultura do Amazonas (Fetagri), Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab), Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Manaus (Sindfeira), Sindicato dos Petroleiros do Amazonas, Partido dos Trabalhadores, União Nacional por Moradia Popular, Sindicato dos Pescadores do Estado do Amazonas (Sindpesca), Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Manaus (Sintracomec), Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio da vereadora Rosi Matos (PT), além dos deputados Adjuto Afonso (PP) e Sinésio Campos (PT), líder do Governo do Estado na Aleam.
Fonte: Assessoria de Comunicação
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