Salta à vista, é só conferir o que foi divulgado, a superioridade política da presidenta Dilma Rousseff no debate com os presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a que compareceram a chefe do governo candidata à reeleição e líder nas pesquisas de opinião pública e os candidatos da coligação PSDB-DEM, senador Aécio Neves (MG) e do PSB/Rede Sustentabilidade, ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. A CNI chamou de debate, mas na verdade foi uma exposição dos candidatos para empresários.
A presidenta, é só vocês conferirem, foi firme nas respostas, sem esconder em nenhum momento suas posições e as de seu governo. Participou com convicção defendeu as políticas que praticou em sua gestão, reconheceu erros e desacertos, mas não abriu mão do rumo que o seu governo e os do PT imprimem ao pais, destacando as medidas tomadas que evitaram que o Brasil fosse vitima da crise internacional e acabasse como a Europa na recessão e no desemprego.
A chefe do governo refutou, entre outras, críticas quanto ao número de ministérios, porque realmente descabidas e sem fundamento. Pura demagogia barata dos concorrentes.A não ser que, caso se elegessem, eles programem demitir dezenas de milhares de servidores e deixem de defender direitos e interesses hoje assegurados em todo mundo às mulheres e negros, de defender os direitos humanos.
Pura demagogia. Ou será que pretendem revogar tudo?
Ou será que eles pretendem revogar a prioridade e urgência conferidos pelo atual governo, por exemplo, aos portos? Ou aos aeroportos, quando os 12 maiores do país acabam de ser construídos e/ou reformados para atender a demanda na Copa do Mundo? Ou será que só querem tirar o nome de ministério, revogar o status que elas têm de ministério e manter as Secretarias do Estado brasileiro outros ministérios, para inglês ver?
Vejam, a presidenta defendeu, também, a reforma política via plebiscito. Como a maioria dos cidadãos quer conforme atentam os levantamentos de opinião pública. E a reforma tributária, já enviada para o Congresso Nacional e que está em negociação no Conselho de Secretários de Fazenda dos Estados (CONFAZ). E refutou qualquer alternativa de reforma da Previdência ou trabalhista que retire direitos fundamentais dos trabalhadores, bem como propostas de terceirização que levem à precarização do trabalho. De longe, Dilma foi muito melhor que seus opositores.
Já Aécio e Eduardo Campos…
O candidato demo-tucano, Aécio Neves, ficou nas entrelinhas. Continuou sem coragem de anunciar suas medidas econômicas impopulares, ou duras. Mas deu, no entanto, dicas claras sobre elas quando falou em abertura comercial, em superávit e mudanças no modelo energético – quando ele fala deste último leiam mudanças na Petrobras e no modelo de partilha. Os tucanos não se conformam nem com o modelo do pré-sal nem com o fato de não terem conseguido privatizar a Petrobras – ou Petrobrax, o nome que lhe deram quando tentaram vendê-la.
Mas, como ele não pode expor com transparência e sinceridade sua agenda de choque fiscal e abertura comercial que vai contra os interesses da indústria, ficou mesmo nas entrelinhas, nas generalidades. Por isso, foi criticado pelos empresários que esperavam dele um discurso como fez no LIDE (que grupo de empresários) para alguns dos mesmos empresário que estavam na CNI.
No LIDE, como ontem deixou nas entrelinhas na CNI, ele prometeu choque tarifário; corte de gastos; superávit maior; redução do aumentos do salário mínimo e dos benefícios da Previdência; menos impostos e mais abertura comercial; reforma trabalhista e previdenciária com perda de direitos sociais e trabalhistas – enfim, aquela agenda que a mídia lhe tem pautado e ela e ele defendido nos últimos anos.Mas que, na outra ponta da linha, descamba mesmo é para recessão brutal.
Para Campos todos os males do país se resumem ao presidencialismo de coalizão
Já o Eduardo Campos…pra lá de sofrível, como, aliás, disseram vários empresários. Ficou nas generalidades, se apresentando como um grande gestor e salvador da pátria, ao lado de sua companheira de chapa candidata a vice-presidente, ex-senadora Marina Silva (PSB-Rede Sustentabilidade).
Das apresentações de Eduardo Campos, o que fica mesmo? Fica claro que para ele, todos os males, sequelas, deficiências, entraves e problemas no país, tudo se resume e estará solucionado com o fim do presidencialismo de coalizão. O mesmo modelo e sistema de governo, diga-se de passagem, que ele usou e abusou em Pernambuco desde os tempos de seu avô Miguel Arraes, de quem foi secretário de Fazenda.
Usou, abusou e continua utilizando na prefeitura do Recife, no governo do Estado e agora na formação de suas alianças com o PSDB, PMDB etc, etc, etc…Por todo o Brasil, inclusive com o arcaico tucanato de São Paulo e no seu Pernambuco onde foi o patrono de aliança com o PSDB feita no 1º semestre, ao fim de seu 2º governo, quando fez farta distribuição de cargos a tucanos, inclusive secretárias de Estado (do Trabalho, DETRAN…).