segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS: Título fere dignidade das mulheres.

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"A crescente onda de violência contra mulheres precisa ser enfrentada por todos em sociedade. E cabe a nós jornalistas, com a qualificação profissional necessária para tratar as questões com a importância que elas merecem, assim como a adoção de postura séria por parte dos veículos e de suas linhas editoriais", assim, manifestou-se o Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas, Wilson Reis, repudiando a infeliz e inoportuna manchete de um tabloide de Manaus.  

A Presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Dôra Brasil, também se manifestou numa rede social: "repudio essa manchete de jornal que poderia ser anunciada de outra maneira, sem gerar ambiguidades e/ou gracejos pejorativos. Parece-nos que o erotismo e a vulgarização da imagem da mulher faz parte da concepção da mídia elitizada e desrespeitosa que se utiliza do grotesco para anunciar notícias, não raramente tendenciosas. A imprensa amazonense bem que poderia (deve) contribuir para a luta de combate à violência contra a mulher e contribuir para uma nova relação democrática, inserindo as vitórias e conquistas femininas de forma adequada na informação, com linguagem clara, ética e educativa", concluiu.

NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas - SJP/AM, repudia de forma veemente a violência contra a dignidade das mulheres exposta no título "Meninas dão de quatro" manchete da página de esportes do jornal "Manaus Hoje", tablóide da Rede Calderaro de Comunicação - RCC. O fato ocorreu na edição desta segunda-feira, 12, quando o veículo de comunicação informa aos seus leitores sobre a vitória da seleção brasileira contra a seleção russa de futebol feminino, em jogo realizado neste domingo, na Arena da Amazônia, em Manaus.

O título apresenta duplo sentido, reforçando e fortalecendo o machismo existente na sociedade e que, como profissionais jornalistas, devemos ter a obrigação de combatê-lo. De forma direta o veículo, porque publicou o título, desrespeita as mulheres e, mais diretamente, as atletas da seleção brasileira.

Diante do fato, se torna importante lembrarmos, que durante muito tempo ao longo da história da humanidade e em diferentes sociedades, as mulheres foram vítimas de violência, desde a casa em que viviam com seus maridos e filhos até aos dias atuais, quando ainda sofrem assédio moral em seus locais de trabalho.

Na matéria publicada pelo "Manaus Hoje", identifica-se que o texto segue enfoque e linguagem jornalísticas, típicas das coberturas esportivas. Contudo, o editor (a) foi infeliz na definição do título e o veículo mais ainda, porque o publicou. A conduta ética se impõe como uma necessidade aos profissionais que produzem notícias à sociedade. Nunca é demais lembrarmos que o respeito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem das pessoas são deveres do jornalista, previstos no artigo 6º, do Capítulo II (Da conduta profissional do jornalista) do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.

Manaus (AM) 12 de dezembro de 2016.

SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO AMAZONAS - SJP/AM.

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