Após o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) rejeitar ontem (7), por unanimidade, o pedido de intervenção no Município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), alegando que o Ministério Público do Estado (MPE) não teria apresentado razões suficientes para tal medida, o deputado José Ricardo Wendling (PT) manifestou-se nesta quarta-feira (8) lamentando essa decisão tomada por todos os desembargadores. “Infelizmente, quem perde com essa situação são todas as pessoas perseguidas, ameaças e coagidas pelas autoridades da Prefeitura de Coari. E, mais uma vez, o prefeito desta cidade, preso por pedofilia, consegue se livrar de julgamento e ganhar na Justiça”.
Para ele, o Ministério Público do Estado deve fazer os encaminhamentos públicos com relação às denúncias formais que levaram a esse pedido de intervenção. “Estamos na esperança de que o novo procurador do MPE continue nessa luta. Por enquanto, esse cidadão acusado de pedofilia está ganhando esta batalha. É inacreditável”, desabafou.
O deputado também conclamou todos os parlamentares que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia a acelerar os trabalhos para dar respostas o mais rápido possível à população. “Nós, enquanto Assembleia Legislativa e representantes do povo, temos que ser os instrumentos para promover a vida e a justiça, a fim de que as instâncias públicas funcionem efetivamente. Porque sabemos da deficiência da rede de proteção às crianças e aos adolescentes”.
Esse pedido de intervenção em Coari foi proposto duas vezes (fevereiro e junho deste ano) pelo deputado José Ricardo, juntamente com outros nove deputados estaduais, dentre eles, Luiz Castro (PPS), Marcelo Ramos (PSB) e Conceição Sampaio (PP) no MPE. Eles defendem o afastamento do prefeito do cargo, bem como de toda a cúpula da Prefeitura, diante das inúmeras denúncias de perseguições e de ameaças aos familiares e vítimas dos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Para o parlamentar, também é preciso julgar os 56 processos pendentes na Justiça contra o prefeito Adail Pinheiro. “Eram mais processos, que foram arquivados por prescrição pela morosidade da Justiça. Crimes contra a pedofilia e de desvio de recursos públicos. Quando acontecerão esses julgamentos?”, cobrou ele, lembrando também da Operação Vorax, em que foram apreendidos pela Polícia Federal mais de R$ 6,8 milhões (desvio de recursos públicos), e que até agora a Justiça Federal não julgou esse crime de corrupção.
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