O lançamento será no próximo dia 10 de outubro, às 16:00 horas, na Livraria Valer, no centro de Manaus.
De
produção coletiva, a obra traz o resultado da pesquisa histórica
realizada em fontes distintas como depoimentos (de indígenas, indigenistas,
pesquisadores e mateiros), livros, relatórios, jornais e revistas sobre o
período mais sangrento da Ditadura no Brasil, onde as torturas, perseguições e
mortes contra políticos, estudantes, professores, camponeses e comunidades
indígenas, foram as armas mais usadas pelo poder que se instalou com o Golpe
Militar, em 1964. Para as comunidades indígenas, o início e o término
(1969/1979) da construção da BR 174 (Manaus/Boa Vista) significam o tempo de
lutas em defesa de seus territórios e culturas e a triste lembrança de ver seus
"parentes" sendo dizimados por bombas, fals e parafals utilizados
pelos militares. Esse período acabou sendo prolongado por mais tempo com a
invasão do território indígena pela Mineração Taboca.
O massacre
de cerca de 2.000 indígenas das etnias Waimiri-Atroari nos dez anos de
construção da estrada que liga Manaus a Boa Vista e instalação da atividade
mineradora, foi conduzido pelo Exército em colaboração com o Governo do
Amazonas e forças paramilitares. Isso ocorreu porque, as comunidades indígenas,
em consequência de suas localizações e culturas, representavam verdadeiro
empecilho ao desenvolvimento proposto à Amazônia.
O Comitê
Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas criado pelas
entidades dos movimentos Popular e Sindical abraçou a ideia e o trabalho
iniciado por Egydio e sua esposa, Doroty Schwade, na segunda metade da década
de 80. O resultado desta iniciativa foi o fortalecimento dos laços entre as
lideranças dos movimentos sociais e a apresentação da denúncia do genocídio, o
que acabou revelando o quanto as políticas desenvolvimentista dos militares
foram nefastas aos povos da Amazônia, moradores da maior floresta tropical do
mundo.
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