Um manifesto de 27 generais divulgado nos últimos dias – entre eles tem até ex-ministro do Exército – realimentou o impasse que persiste no Brasil entre o poder civil e o armado sobre os crimes da ditadura militar e o quanto o país ainda tem de avançar no rumo democrático para conseguir implantar reformas efetivas nas forças Armadas (FFAA).
No manifesto, os generais, todos da reserva, fazem críticas contundentes à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e ao ministro da Defesa, Celso Amorim, por ele ter encaminhado aquele documento à comissão no qual os comandos militares afirmam não ter condições de negar que houve desrespeito aos direitos humanos em quartéis e outras instalações militares durante a ditadura.
No documento encaminhado a Amorim, base do que ele enviou à CNV, os comandantes nem falam em crimes, mortes, desaparecimentos políticos comprovados que, sabe-se, ocorreram nessas instituições no regime militar. No manifesto, agora, os generais também não falam disso. Adiantam que “o Exército de Caxias não pede desculpas à Nação pelo que fez” porque está convicto de que “salvou o país, a nação” em 1964 (com o golpe militar) e não tem do que se desculpar. Deixam claro, ainda, que não querem saber de discussão sobre revisão da Lei de Anistia.
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