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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

APOIA MELO E OMAR: Mesmo condenado pela Justiça, Antônio Cordeiro será candidato a deputado federal nestas eleições


Condenado no ano passado a 36 anos de prisão, após ser apontado como chefe de um esquema de corrupção no governo no ano de 2004, o ex-deputado estadual Antônio Cordeiro (PRP) se lançou candidato a deputado federal nestas eleições.

Do partido aliado ao governador José Melo (PROS), Cordeiro foi colocado em uma chapa isolada, fora da coligação. Com processo ainda em fase de recurso em órgão colegiado, o ex-deputado, que já chegou a ser preso, driblou a Lei da Ficha Limpa e pleiteia uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Cordeiro é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como pivô de um esquema de corrupção que atingiu a administração do senador Eduardo Braga (PMDB), que na época era chefe do Executivo estadual.

A Operação Albatroz, deflagrada em 2004 pela Polícia Federal, resultou na cassação e prisão de Cordeiro, cujo processo acusava ainda os então secretários de Braga, Ísper Abrahim (Fazenda), Ari Moutinho (Governo) e Bosco Saraiva (Obras), todos hoje inocentados do processo.

O ex-deputado acusado de ter gerenciado o esquema, que foi considerado o maior escândalo de corrupção do Amazonas há dez anos, não foi enquadrado na lista de pedidos de impugnação de candidaturas da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), divulgada no dia 14 de julho.

Apesar da sentença de 36 anos de prisão dada no fim do ano passado pela 2ª Vara da Justiça Federal do Amazonas, o processo está agora em fase de recurso em instâncias superiores, em Brasília.

Ficha Limpa

A Lei da Ficha Limpa só abrange condenações em definitivo e em órgão colegiado, livrando o atual candidato condenado pelo entendimento de um único juiz.

“Serão considerados inelegíveis os candidatos que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão da prática de crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; contra o patrimônio privado, o sistema financeiro”, diz a lei.

Figura central de escândalo que movimentou cerca de R$ 500 milhões dos cofres públicos, Cordeiro declarou não possuir nenhum bem financeiro ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), mas registrou que agora tem ocupação de “corretor de imóveis, seguros, títulos e valores”.

Na declaração de investimento na campanha por uma vaga do Estado na Câmara, Cordeiro prevê que o custeio será de R$ 2 milhões.

Fora da coligação

Apesar de ser do partido aliado a José Melo, o ex-deputado não foi enquadrado em nenhum dos blocos da coligação ‘Fazendo mais por nossa gente’.

A campanha do governador preferiu não se associar ao pivô do escândalo de corrupção para evitar margem de espaço para questionamentos de adversários na disputa pelo governo.

Cordeiro não é o primeiro do partido a ser mirado pela Justiça federal e estadual.

Acusado de chefiar esquemas de pedofilia e corrupção, o prefeito afastado do município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), Adail Pinheiro, teve a filiação no PRP congelada neste ano a pedido da Executiva Nacional do partido, aliada ao presidenciável do PSB, Eduardo Campos.

O afastamento, no entanto, foi alvo de resistência pela direção estadual da sigla, que não prosseguiu com um processo administrativo disciplinar.

Fonte: Em Tempo.

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