Nos dias atuais, 50% da publicidade dirigida para as crianças trata de alimentos. E dentro deste montante, mais de 80% dos produtos não são saudáveis. Os dados, apresentados pela senadora Ana Rita (PT-ES), serviram de base na argumentação da audiência pública que debateu a regulação da publicidade de alimentos dirigida a crianças. A reunião aconteceu na manhã desta quinta-feira (29), no Senado Federal
Quando a gente analisa essa exposição muito grande dos alimentos não-saudáveis com excesso de açúcar, sal e gordura [percebemos que] posteriormente vai levar a criança a desenvolver obesidade , aponta a professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Renata Alves Monteiro. Segundo ela, além de expor crianças a doenças crônicas não transmissíveis, a obesidade pode se estender até a vida adulta.
O assunto, de acordo com o professor da UnB, Fernando Paulino, é polêmico. Durante muito tempo essa temática foi embairrerada , afirma. Embora o assunto esteja sendo debatido em diversas frentes no Congresso Nacional, nenhuma regulamentação específica foi aprovada.
Para tentar viabilizar políticas públicas na exposição de crianças à publicidade de alimentos, o Instituo Alana lançou durante a audiência o livro 'Publicidade de Alimentos e Crianças Regulação no Brasil e no mundo'. A publicação traz referenciais comparativos sobre o tema em diversos países. Com informações de outros países, que têm democracia consolidada e apresentam já na sua legislação alguma forma de regulação deste tema, talvez o nosso país possa agregar conhecimento para implementar uma legislação mais rigorosa , explicou Isabella Henriques, diretora do Instituto.
Para especialistas no assunto, a publicidade de alimentos voltada às crianças deveria ser banida. Os menores de 12 anos são mais vulneráveis que qualquer outro consumidor. Além disso, esse público possui 70% do poder de decisão de compra dentro do seu núcleo familiar.
Fonte: retirada do Portal EBC
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