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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Corpo de Pablo Neruda vai ser exumado a 8 de Abril


Os restos mortais do escritor chileno Pablo Neruda (1904-1973) vão ser exumados no dia 8 de Abril. O objectivo é a realização de testes científicos que determinem se foi envenenado — a mando de Augusto Pinochet —, conforme revelou recentemente o motorista do poeta.

Na exumação, explica a AFP, vai participar uma equipa multidisciplinar e composta por especialistas de diversos países: elementos do serviço chileno de medicina legal, uma equipa forense argentina, especialistas espanhóis e observadores da Cruz Vermelha Internacional.

Pablo Neruda morreu 12 dias depois do golpe de Estado de Pinochet que derrubou o Presidente Salvador Allende (a 11 de Setembro). A versão oficial diz que o escritor-poeta e diplomata morreu de cancro na próstata, doença que lhe estava diagnosticada e que, segundo o relatório médico, se agravou subitamente, matando-o.

A exumação foi ordenada pelo juiz Mario Carroza, que é o responsável pelo processo aberto depois da denúncia de homicídio apresentado pelo Partido Comunista do Chile, a que Neruda, que ganhou um Prémio Nobel da Literatura, pertencia. O motorista deste, Manuel Araya, disse, em 2011, que Pablo Neruda tinha recebido uma injeção letal no hospital onde estava internado para realizar tratamentos para o cancro. O seu testemunho refere que a ditadura de Pinochet assassinou Neruda antes de este ter possibilidade de partir para o exílio, tornando-se uma voz de peso da oposição.

A revelação do motorista deu força à tese do Partido Comunista do Chile, que também considerava que Neruda tinha sido assassinado. O partido apresentou, no final do ano passado, uma queixa junto dos tribunais e a Justiça abriu um inquérito para apurar a verdade. Para isso, os investigadores terão que encontrar tecidos que revelem a presença ou a ausência de vestígios do composto dessa injeção.

Uma investigação paralela vai apurar as circunstâncias da morte de outro opositor chileno, o antigo Presidente Eduardo Frei (chefe de Estado entre 1964 e 1970), que morreu em 1982, durante uma operação cirúrgica considerada de baixo risco e de rotina.

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