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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Comissão da Verdade vê condições de reconstituir 8 mortes

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai reconstituir ao menos oito mortes na ditadura para tentar desmontar versões de suicídio ou resistência armada por parte das vítimas. O objetivo é confrontar as explicações contidas nos laudos produzidos durante o regime militar com técnicas periciais atuais, operadas por especialistas contratados pelo Comissão.

Após o trabalho dos peritos, a Comissão poderá pedir à Justiça a retificação das certidões de óbito, o que já foi feito com sucesso, por exemplo, nos casos de João Batista Drummond e Vladimir Herzog. Um dos casos a serem reconstituídos é o de Arnaldo Cardoso Rocha, da Ação Libertadora Nacional (ALN), assassinado em 1973.

Segundo a versão oficial, Arnaldo teria reagido a tiros contra voz de prisão dada por policiais, e morto na bairro paulistano Penha, Zona Leste. Mas, na década de 1980, uma criança que morava na rua contrariou essa versão e disse que o viu cair ao ser perseguido e depois ser levado em um carro verde. O laudo necroscópico indica que ele recebeu sete tiros.

Junto com o Ministério Público Federal (MPF), a CNV vai exumar os restos mortais que seriam de Alex de Paula Xavier Pereira, também da ALN, assassinado aos 22 anos no DOI-CODI de São Paulo. A versão oficial da ditadura é que teria havido troca de tiros e ele morreu.

É muito boa, portanto, esta iniciativa da CNV. Mas o ideal é que a Comissão prorrogue seus receba trabalhos (já foi a metade do tempo estabelecido na lei que a criou para suas investigações), que receba um mandato para mais dois anos e dê mais transparência a suas ações para que a sociedade tome consciência dos crimes da ditadura e seja esclarecido o destino , a localização dos corpos dos desaparecidos políticos e dos responsáveis por estes crimes.

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