Haddad celebra sua vitória. |
O ex-ministro Fernando Haddad ganha confortavelmente José Serra no segundo turno.
O prefeito de São Paulo, a cidade maior e mais importante do Brasil, foi novamente conquistada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, o candidato escolhido pelo presidente Lula da Silva, em uma operação de risco, como foi a da presidente Dilma Rousseff, também escolhido por ele, passou ontem por uma larga margem o candidato do Social Democracia Brasileira (PSDB), o adversário José Serra, que havia sido prefeito e governador de São Paulo.
O candidato de Lula começou nas pesquisas com 3% das intenções de voto, contra 30% do candidato da oposição, Serra. Haddad acabou vencendo a eleição.
Estratégia de Lula foi o de apresentar um candidato que ele chamou de renovação: Haddad, de 49 anos, jovem e novo, contra Serra, de 70 anos e no final de sua carreira política, em que ele jogou contra o Lula presidencial e Dilma rosto e foi homenageada pela ONU por seu trabalho como ministro da Saúde. A aposta não foi fácil, porque São Paulo foi por 30 anos feudo do PSDB. O prefeito da cidade e o governo do Estado são fundamentais nas eleições presidenciais.
Lula precisava para ganhar a sua aposta por dois motivos específicos: pensar reeleição de Dilma em 2014 e para remover o espinho de ver fundadores históricos e líderes do seu partido, como José Dirceu e Genoíno José, dois ex-guerrilheiros da época da ditadura militar, condenado por corrupção e formação de uma organização criminosa pelo Supremo Tribunal Federal.
Lula acredita que o julgamento do mensalão tem sido uma forma de criminalizar o seu partido e os seus governos populares e ainda disse que ele e seu partido "a absolver nas urnas."
O PT também foi derrotado nas grandes cidades, como Belo Horizonte, Manaus, Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Diadema, mas não há dúvida de que a grande aposta foi São Paulo, a capital econômica e financeira do país, a cidade com o maior orçamento e 25% do PIB nacional.
A vitória do PT em São Paulo reposicionado para combinar com Lula e Dilma na ribalta da política, não só locais, mas também nacionais e é um contrapeso para o prejuízo sofrido pelo mensalão caso como dirigentes do PT condenado pertencem ao poder supremo de São Paulo PT.
Além disso, a derrota de Serra em São Paulo fez soar o alerta no PSDB. Ontem, fundador do partido e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, anunciou que o PSDB precisa de uma reformulação de seus líderes.
Serra aposentando-se da política, o eixo do PSDB se desvia em direção a Minas Gerais, onde o jovem Aécio Neves vai tomar as rédeas e ser o candidato presidencial em 2014, desafiando Rousseff.
A outra novidade dessas eleições é a vitória de importantes prefeituras pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), cujo líder é o jovem governador Eduardo Campos. Seu partido é agora um aliado do governo Dilma, mas se prepara para tomar o voo e apresentar um candidato presidencial em 2018.
Aécio e Eduardo Campos são amigos hoje, apesar de ser um do governo e outro da oposição. Juntos, eles apoiaram as eleições de Minas Gerais, que derrotou o candidato de Lula. Alguns analistas estão apostando que poderiam formar uma coligação para 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário