Dizem que quando você se mete com a política deve estar preparado pra tudo. Mas pra tudo mesmo, inclusive andar com gelo numa bolsa para curar as dores de uma “pernada”.
Pernada? O que é isso? Em política, é você achar que está “por cima da carne seca” e, subitamente, descobre que está por baixo de uma montanha de estrume de boi! Tentarei explicar isso.
Na sexta, dia 29, diversos assessores da deputada federal Rebecca Garcia preparavam o ambiente que receberia a convenção do PP, onde a deputada seria escolhida candidata a Prefeita de Manaus, representando o grupo político do governador Omar Aziz e do senador Eduardo Braga. Mas, na madrugada de sábado, Rebecca abandonou o barco, depois de uma conversa prolongada com o dono da padaria. Ele, o dono da padaria, alertou Rebecca que seus adversários já tinham mais de 1 milhão de CDs para serem distribuídos na cidade relatando suas conversas amorosas com um político local, com o objetivo de denegrir sua imagem. Em nota, Rebecca disse: “Tenho profundas razões pessoais e sócio-políticas para desistir. Não foi sem luta. Não foi por falta de vontade de servir o povo de minha terra. Da maneira como estão mantendo o jogo político eu não estou disposta a participar”.
Já no sábado, pela manhã, começaram novas articulações para garantir um nome de consenso do grupo político que já administra esse Estado há pelo menos 30 anos. E a escolha recaiu sobre a senadora Vanessa Grazziotin. É a primeira vez, na história da política amazonense, que a direita rejeita seus aliados de classe e presenteia, sem mais nem menos, os comunistas. A velha comunista se aliançou! E, pasmem, o primeiro suplente de Vanessa é o pai da Rebecca, o Francisco Garcia. A pernada poderá ser recompensada.
Mas, o bom de tudo, é que se Vanessa for eleita prefeita, com certeza irá transformar Manaus na “Disney World do PC do B”. Não sei por que, mas os comunistas do Amazonas são diferentes dos comunistas do resto do mundo. Aqui, nestas paragens, comunista adora discutir greve em “Shopping Center” e fazer passeata dentro de táxis com ar condicionado. Foi-se o tempo que comunista se contentava em usar uma calça jeans surrada, com uma camisa branca do Guevara e uma havaiana nos pés. O poder tem cheiro, charme e, além de tudo, embriaga.
Outra surpresa foi o PT, que entrou no meio do tal consenso. Alguns integrantes do partido indicaram como vice da Vanessa o desconhecido Vital Melo. Espero que o senhor Amazonino não vire sua metralhadora ambulante contra o candidato a vice do PT, de quem já foi secretário. Isso será vital para manter a candidatura da Vanessa de pé.
Mas a grande pernada dada pelo PT foi no deputado, Sinésio Campos, o eterno líder do governo do Estado. Ele sempre foi um lambe-botas do Braga e, agora, do Omar Aziz, e mesmo assim, foi preterido pelos dois e pelo seu partido. Por conta disso, Sinésio desabafou: “A candidata não pode ser prejudicada por falta de ética partidária, da falta de compromisso com a unidade partidária”. É deputado Sinésio, cuidado, sua briga será a de um David contra Golias. Não será hercúlea, mas gigante!
Agora, sinceramente, não sei por que o Amazonino não saiu candidato a prefeito. Acho que ele levaria fácil no primeiro turno. Afinal, Manaus, segundo as peças publicitárias do prefeito, está mais para Liverpool do que para um Porto de Lenha. Aqui não temos problemas com o transporte coletivo; a saúde pública é a melhor do país; temos viadutos, praças e jardins suspensos; temos creches para todos os filhos dos operários do Distrito Industrial; o Bolsa Família daqui é pago em dólar; os estudantes se deslocam de micro-ônibus para as escolas e não temos ruas com buracos, valas ou abismos. Nosso prefeito é um grande administrador, um dos melhores do país! Viva Amazonino!
E o que restará aos eleitores de Manaus nessa disputa? Restará escolher e votar em outros candidatos. Um deles é o pugilista Arthur Neto, do PSDB, que certa vez chamou o ex-Presidente Lula pra porrada, e que foi derrotado, na última eleição, pela própria Vanessa. E o que dizer de Serafim Corrêa, o grande centralizador, que conseguiu fazer com que os eleitores de Manaus elegessem seu filho deputado federal sem contar o milagre, nem o nome do santo e, de quebra, retirou do ostracismo o Negão, que detesta paraense. E ainda sobra o Pauderney Avelino, do DEM, que deverá lançar o programa “Minha Favela, Minha Vida”, que pretende verticalizar as favelas de Manaus, por meio da construtora de sua família, a Capital Rossi. E o tal de Sabino Castelo Branco? Esse não merece comentários.
E ainda sobrará os nanicos. O eterno candidato do PSTU, Herbert Amazonas, que pretende transformar o território de Manaus em pequenas propriedades coletivizadas, com assembléias diurnas e noturnas para discutir e encaminhar os problemas da cidade. E Luiz Navarro, do PCB, que pretende abolir a cobrança de passagem de ônibus, de IPTU, água e energia elétrica para as pessoas de baixa renda e, quem sabe, pagar o Bolsa Família em euro!
Eu já escolhi o meu. E você?
Pernada? O que é isso? Em política, é você achar que está “por cima da carne seca” e, subitamente, descobre que está por baixo de uma montanha de estrume de boi! Tentarei explicar isso.
Na sexta, dia 29, diversos assessores da deputada federal Rebecca Garcia preparavam o ambiente que receberia a convenção do PP, onde a deputada seria escolhida candidata a Prefeita de Manaus, representando o grupo político do governador Omar Aziz e do senador Eduardo Braga. Mas, na madrugada de sábado, Rebecca abandonou o barco, depois de uma conversa prolongada com o dono da padaria. Ele, o dono da padaria, alertou Rebecca que seus adversários já tinham mais de 1 milhão de CDs para serem distribuídos na cidade relatando suas conversas amorosas com um político local, com o objetivo de denegrir sua imagem. Em nota, Rebecca disse: “Tenho profundas razões pessoais e sócio-políticas para desistir. Não foi sem luta. Não foi por falta de vontade de servir o povo de minha terra. Da maneira como estão mantendo o jogo político eu não estou disposta a participar”.
Já no sábado, pela manhã, começaram novas articulações para garantir um nome de consenso do grupo político que já administra esse Estado há pelo menos 30 anos. E a escolha recaiu sobre a senadora Vanessa Grazziotin. É a primeira vez, na história da política amazonense, que a direita rejeita seus aliados de classe e presenteia, sem mais nem menos, os comunistas. A velha comunista se aliançou! E, pasmem, o primeiro suplente de Vanessa é o pai da Rebecca, o Francisco Garcia. A pernada poderá ser recompensada.
Mas, o bom de tudo, é que se Vanessa for eleita prefeita, com certeza irá transformar Manaus na “Disney World do PC do B”. Não sei por que, mas os comunistas do Amazonas são diferentes dos comunistas do resto do mundo. Aqui, nestas paragens, comunista adora discutir greve em “Shopping Center” e fazer passeata dentro de táxis com ar condicionado. Foi-se o tempo que comunista se contentava em usar uma calça jeans surrada, com uma camisa branca do Guevara e uma havaiana nos pés. O poder tem cheiro, charme e, além de tudo, embriaga.
Outra surpresa foi o PT, que entrou no meio do tal consenso. Alguns integrantes do partido indicaram como vice da Vanessa o desconhecido Vital Melo. Espero que o senhor Amazonino não vire sua metralhadora ambulante contra o candidato a vice do PT, de quem já foi secretário. Isso será vital para manter a candidatura da Vanessa de pé.
Mas a grande pernada dada pelo PT foi no deputado, Sinésio Campos, o eterno líder do governo do Estado. Ele sempre foi um lambe-botas do Braga e, agora, do Omar Aziz, e mesmo assim, foi preterido pelos dois e pelo seu partido. Por conta disso, Sinésio desabafou: “A candidata não pode ser prejudicada por falta de ética partidária, da falta de compromisso com a unidade partidária”. É deputado Sinésio, cuidado, sua briga será a de um David contra Golias. Não será hercúlea, mas gigante!
Agora, sinceramente, não sei por que o Amazonino não saiu candidato a prefeito. Acho que ele levaria fácil no primeiro turno. Afinal, Manaus, segundo as peças publicitárias do prefeito, está mais para Liverpool do que para um Porto de Lenha. Aqui não temos problemas com o transporte coletivo; a saúde pública é a melhor do país; temos viadutos, praças e jardins suspensos; temos creches para todos os filhos dos operários do Distrito Industrial; o Bolsa Família daqui é pago em dólar; os estudantes se deslocam de micro-ônibus para as escolas e não temos ruas com buracos, valas ou abismos. Nosso prefeito é um grande administrador, um dos melhores do país! Viva Amazonino!
E o que restará aos eleitores de Manaus nessa disputa? Restará escolher e votar em outros candidatos. Um deles é o pugilista Arthur Neto, do PSDB, que certa vez chamou o ex-Presidente Lula pra porrada, e que foi derrotado, na última eleição, pela própria Vanessa. E o que dizer de Serafim Corrêa, o grande centralizador, que conseguiu fazer com que os eleitores de Manaus elegessem seu filho deputado federal sem contar o milagre, nem o nome do santo e, de quebra, retirou do ostracismo o Negão, que detesta paraense. E ainda sobra o Pauderney Avelino, do DEM, que deverá lançar o programa “Minha Favela, Minha Vida”, que pretende verticalizar as favelas de Manaus, por meio da construtora de sua família, a Capital Rossi. E o tal de Sabino Castelo Branco? Esse não merece comentários.
E ainda sobrará os nanicos. O eterno candidato do PSTU, Herbert Amazonas, que pretende transformar o território de Manaus em pequenas propriedades coletivizadas, com assembléias diurnas e noturnas para discutir e encaminhar os problemas da cidade. E Luiz Navarro, do PCB, que pretende abolir a cobrança de passagem de ônibus, de IPTU, água e energia elétrica para as pessoas de baixa renda e, quem sabe, pagar o Bolsa Família em euro!
Eu já escolhi o meu. E você?
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