sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Em 2011, atingimos 1,25 milhão de matrículas em cursos técnicos"


Afirma em entrevista o ministro da Educação, Fernando Haddad. Leia abaixo a entrevista.

Educação básica

Segundo o último relatório de organismos internacionais, o Brasil foi o país, dentre todos os analisados, que mais avançou no investimento para a educação básica na primeira década do século XXI. Nós mais do que dobramos o investimento por aluno, na educação básica. 

Ensino Médio

Do ponto de vista da educação do Ensino Médio, mais do que dobramos as oportunidades de cursos técnicos no Brasil. Atingimos, em 2011, a marca de 1,25 milhão de matrículas em cursos técnicos, o que é um recorde e que abre oportunidades de profissionalização nessa etapa da educação básica, porque nem todo jovem pretende cursar uma universidade, mas nenhum abdica de ter uma profissão. 

Ensino Superior

As universidades brasileiras têm que se abrir mais para o mundo. Essa é uma das razões pelas quais criamos um programa chamado Ciência sem Fronteiras. É justamente enviar 100 mil brasileiros, em quatro anos, para cursos em universidades estrangeiras de ponta, de excelência, e que vão trazer para o Brasil mais conhecimento, mais experiências, e contribuir com a internacionalização da nossa ciência. No Ensino Superior, avançamos muito com cinco programas: o ProUni, que foi criado em 2004, que vai conceder a milionésima bolsa agora, nesta edição de janeiro; o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais); a Universidade Aberta do Brasil, que é a educação à distância em cidades de baixa densidade populacional; a reforma do financiamento estudantil; e a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. 

Enem

É meu papel dizer a revolução que o Enem promoveu do ponto de vista do acesso à universidade pública e particular, por meio do programa de bolsas que criamos, e que vai conceder, agora, em janeiro, a milionésima bolsa de estudos para a população de baixa renda, egressa de escola pública. São quatro milhões de jovens e adultos fazendo o Enem, ao ano. 

Fies 

O Fies permite ao aluno financiar o seu curso de graduação e pagar em até 20 anos, a uma taxa fixa de 3,4%, ao ano, de juros. E se ele atuar em escola pública ou no SUS, em áreas prioritárias, ele não paga o financiamento. Convertemos o financiamento em bolsa. Estamos concentrados em estender o financiamento estudantil para cursos técnicos, inclusive financiando empresas que queiram qualificar os seus trabalhadores. Nossa próxima etapa, a partir de março, é o lançamento do financiamento estudantil para cursos técnicos e profissionalizantes; em uma segunda etapa, estender para a pós-graduação.

Piso do Magistério 

Criamos o Piso Nacional do Magistério, e o professor brasileiro é a única categoria profissional que tem previsão constitucional de um piso. O Supremo Tribunal Federal, ano passado, declarou a constitucionalidade da lei federal, agora, cabe a estados e municípios se adequar a essa lei federal. Hoje, a formação do professor é gratuita, mesmo que a licenciatura esteja sendo feita numa escola particular, com financiamento estudantil. Se ele ingressar na carreira docente da escola pública, tem a sua dívida quitada, pelo mero exercício profissional. Criamos um programa chamado Pibib - Programa de Bolsas de Iniciação à Docência, que vai atingir, este ano, 45 mil estudantes de licenciatura, que ao longo do seu curso estabelecerão uma ponte entre a instituição formadora, faculdade ou universidade, e a escola pública. 

Campo

Embora tenhamos feito um esforço para atender a população do campo, eu penso que temos que nos dedicar mais a essa questão. E temos pronto um plano chamado Pronacampo, que penso que vai ajudar a resolver os problemas ainda existentes. Melhoramos o transporte escolar, melhoramos a informatização das escolas, levamos a licenciatura para o campo. Acho que a educação do campo precisa ser prioridade, no Brasil. 

Produção científica 

O Brasil responde por praticamente 50% da produção científica da América Latina. É a 13ª potência científica do mundo. Saímos da 19ª posição para a 13ª. O nosso grande desafio é a conexão entre universidade e mundo do trabalho. Por exemplo, não existiria a Petrobras e a Embrapa se não fossem as universidades públicas brasileiras. Mas temos ainda vastos setores da economia que poderiam se beneficiar do conhecimento produzido nas universidades e que são refratários à inovação.

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