E m nossa décima quinta coluna apresentaremos case de sucesso de como envolver a Indústria, Universidade e Governo no processo de construção de um planejamento participativo para desenvolver a Ciência, Tecnologia e a Inovação (C&T&I) local.
S e almejamos realmente atrair novos investimentos para o Estado do Amazonas, precisamos discutir seriamente a Inovação e elaborar um Planejamento Estratégico para a Inovação Tecnológica com horizonte de tempo maior do que o de quatro anos de governo. Este planejamento deve ser capitaneado por lideranças e especialistas com amplo conhecimento em metodologias que permitam a construção de um planejamento participativo, envolvendo a indústria, governo, universidades, instituitos de pesquisas, as ONGs, etc. O Planejamento Estratégico e suas ferramentas, apesar de ser amplamente conhecido no meio acadêmico e industria, ainda é pouco praticado na esfera pública local. Neste sentido, apresentaremos apartir desta coluna alguns especialistas e cases de sucesso praticados pelos países mais amigáveis à inovação, a fim de ajudar o Governo local a encontrar formas diferenciadas de se planejar a C&T&I.
S e almejamos realmente atrair novos investimentos para o Estado do Amazonas, precisamos discutir seriamente a Inovação e elaborar um Planejamento Estratégico para a Inovação Tecnológica com horizonte de tempo maior do que o de quatro anos de governo. Este planejamento deve ser capitaneado por lideranças e especialistas com amplo conhecimento em metodologias que permitam a construção de um planejamento participativo, envolvendo a indústria, governo, universidades, instituitos de pesquisas, as ONGs, etc. O Planejamento Estratégico e suas ferramentas, apesar de ser amplamente conhecido no meio acadêmico e industria, ainda é pouco praticado na esfera pública local. Neste sentido, apresentaremos apartir desta coluna alguns especialistas e cases de sucesso praticados pelos países mais amigáveis à inovação, a fim de ajudar o Governo local a encontrar formas diferenciadas de se planejar a C&T&I.
T omaremos como base inicial o Japão. Neste país, conforme descrito na segunda coluna, os gestores públicos desenvolvem planos de longo prazo consultando diversos especialistas por meio de workshops, seminários, debates e da metodologia DELPHI (nesta coluna focaremos esta metodologia), esta última amplamente utilizada por Doutores renomados da NISTEP-National Institute of Science and Technology Policy (http://www.nistep.go.jp/index-e.html), uma instituição de pesquisa nacional ligada ao Ministério de Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Governo Japones (MEXT).
R esgatando informações dos sites da NISTEP, aprendemos que a Dra. Kumi Okuwada (E-mail:okuwada@nistep.go.jp) é uma das maiores especialistas em Metodologia Delphi, sendo referência internacional no que diz respeito ao estudo de análise do ambiente externo, especificamente PREVISÃO MUNDIAL, TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS, CIENTÍFICAS E DA INOVAÇÃO, E GESTÃO DA TECNOLOGIA. Atualmente, é Diretora do Centro de Precisão Científica e Tecnológia da NISTEP e professora Adjunta da GRIPS e Visitante da Universidade de Waseda, localizada em Tóquio.
A metodologia Delphi vem sendo sistematicamente usada e aperfeiçoada no Japão desde 1970 para subsidiar a construção do Planejamento de Longo Prazo de C&T do Governo Japonês. Segundo a Dra. Okuwada, a referida metodologia é usada para obter consenso sobre imagens futuras e estratégias de longo prazo entre os especialistas de Ciência e Tecnologia por meio da aplicação repetitiva de questionários.
A metodologia Delphi vem sendo sistematicamente usada e aperfeiçoada no Japão desde 1970 para subsidiar a construção do Planejamento de Longo Prazo de C&T do Governo Japonês. Segundo a Dra. Okuwada, a referida metodologia é usada para obter consenso sobre imagens futuras e estratégias de longo prazo entre os especialistas de Ciência e Tecnologia por meio da aplicação repetitiva de questionários.
T oda vez que é usada no Japão (Em geral de 5 em 5 anos) ela envolve em média 2356 especialistas em Ciência e Tecnologia (1976=1316 especialistas; 1996=3586 especialistas) cujas opiniões são cuidadosamente registradas e sistematizadas até a chegada de um consenso sobre os tópicos investigados. Na oitava aplicação da metodologia feita no ano de 2004, participaram cerca de 2239 especialistas, sendo 27% deles vindo das empresas, 45% das universidades, 19% de agencias administrativas independentes e 9% de outros setores, os quais foram consultados sobre o que aconteceria tecnologicamente, cientificamente e socialmente no Japão ano de 2020 em relação a 13 campos do conhecimento humano (Informação e Comunicação, Eletronica, Ciência da Vida, Saúde e Bem Estar, Agricultura, Espaço, Energia e Recursos, Meio Ambiente, Nanotecnologia e Materiais, Infra-Estrutura Industrial, Manufatura, Infra-Estrutura Social, Ciência e Tecnologia para a Sociedade).
É a partir da consulta que os japoneses fazem a especialistas da comunidade científica, empresarial e universitária, é que eles conseguem identificar os tópicos mais importantes, criar uma imagem da Sociedade do Futuro e selecionar os 10 tópicos mais prioritários para a Ciência, Tecnologia e a Inovação, os quais serão focos de estratégias e investimentos dentro do Planejamento Estratégico para a C&T&I do País. O mais interessante é que a experiência acumulada desta ferramenta ao longo dos anos mostra que entre 60 e 70% dos tópicos previstos no passado aconteceram no futuro previsto.
É a partir da consulta que os japoneses fazem a especialistas da comunidade científica, empresarial e universitária, é que eles conseguem identificar os tópicos mais importantes, criar uma imagem da Sociedade do Futuro e selecionar os 10 tópicos mais prioritários para a Ciência, Tecnologia e a Inovação, os quais serão focos de estratégias e investimentos dentro do Planejamento Estratégico para a C&T&I do País. O mais interessante é que a experiência acumulada desta ferramenta ao longo dos anos mostra que entre 60 e 70% dos tópicos previstos no passado aconteceram no futuro previsto.
G ostaria de exemplificar tomando como base a Sociedade de Futuro desenvolvida em 2004 para o ano de 2020, focando a prevenção de desastre e segurança do Japão. O consenso a que chegaram mostra que: em 2016 eles desenvolverão um sistema automotivo que prevê desastres e terão uma rede de internet altamente confiável; Em 2018 terão um sistema que previna acidentes em estradas, bem como terão uma ampla área de monitoramente de desastres e de evacuação sugura durante um terremoto/tsunami; Em 2019 serão capazes de rastrear a alimentação, predizer com alta acuracidade as chuvas; e em 2020, ter sistemas que permitam identificar perigo em espaços públicos, predizer com cinco a dez anos de erros a ocorrência de grandes terremotos.
I maginemos então a aplicação desta metodologia para criar a Sociedade de Futuro do Amazonas e identificar os 10 tópicos mais prioritários para se receber investimento público e privado.
A inovação sendo construida ouvindo uma ampla gama de vozes é um grande desafio para o nosso Estado. Òxalá um dia isso aconteça.
Jonas Gomes da Silva – Dr. Em Engenharia de Produção e Professor da UFAM. Foi pesquisador no Japão apoiado pelo Governo Japonês entre 1997 e 2003.
E-mail: gomesjonas@hotmail.com
A inovação sendo construida ouvindo uma ampla gama de vozes é um grande desafio para o nosso Estado. Òxalá um dia isso aconteça.
Jonas Gomes da Silva – Dr. Em Engenharia de Produção e Professor da UFAM. Foi pesquisador no Japão apoiado pelo Governo Japonês entre 1997 e 2003.
E-mail: gomesjonas@hotmail.com
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