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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Em maio, Comissão da Verdade ouve oficiais que atuaram no Araguaia


Boa essa decisão da Comissão Nacional da Verdade (CNV) que decidiu convocar e ouvir em em sessões públicas, nos dias 13 e 27 do mês que vem, em Brasília e no Rio de Janeiro, oficiais que combateram, nos anos 1970, a Guerrilha do Araguaia, movimento armado de esquerda mais estruturado e que conseguiu resistir por mais tempo à ditadura militar. Ela começou a ser montada em 1966 e resistiu até o final de 1974.

Entre os que serão convocados para depor, está o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, o oficial que mais se sobressaiu na repressão no Araguaia. Ele é o único militar que até hoje divulgou documentos que confirmam o fuzilamento de prisioneiros políticos, com os nomes das vítimas.

Pela versão inicial das Forças Armadas, os integrantes do movimento morreram em combates na mata, em confrontos em que estavam armados, mas hoje já está provado que pelo menos 41 deles foram presos e depois executados por ordem da cúpula do regime militar – ordens que emanavam, em cadeia de comando, direto de gabinete dos ministros militares em Brasília.

Entre os depoentes, o polêmico Major Curió

Os convites da CNV para os oficiais que atuaram no Araguaia prestarem depoimento serão expedidos nas próximas semanas. No dia 13 de maio, a comissão programa ouvir no Rio, os oficiais da reserva que moram na cidade. Depois, no dia 27, ouvirá em Brasília, os que moram na capital federal. Hoje, decorridos quase 40 anos do fim do movimento, todos estão na reserva.

O Major Curió confirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que comparecerá e prestará depoimento. “Devo comparecer. A comissão é um órgão oficial criado pelo governo”, justificou. Antes de Curió, até agora, o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-CODI- São Paulo, na década de 1970, foi o único oficial foi o único oficial da ditadura a ser ouvido em sessão pública.

Ustra compareceu a sessão acompanhado de colegas da reserva, inclusive um general, tumultuou a reunião, apresentou um habeas-corpus para não depor, mas em seguida terminou falando.

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